Pedro Ribas/ SMCS

A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba imunizou, até quinta-feira (20/5), 452.977 pessoas com a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus. Isso equivale a 23,25% da população curitibana, o que significa que quase um em cada quatro moradores da cidade já tomaram ao menos uma dose do imunizante.

Até esta data foram vacinados: 300.207 idosos, 75.922 profissionais dos serviços de saúde da cidade (incluindo as equipes de vacinação), 6.622 moradores, funcionários e cuidadores de instituições de longa permanência, 5.226 trabalhadores das forças de segurança, 77 indígenas, 6.662 gestantes e puérperas, 2.024 pessoas com deficiência, 52.378 pessoas com comorbidades e 3.859 educadores, entre professores e trabalhadores da Educação Básica.

Cronograma

Nesta sexta-feira (21/5), a vacinação da primeira dose contra covid-19 é destinada a pessoas com comorbidades de 30 anos ou mais profissionais da Educação Básica de 51 e 52 anos completos.

Além delas, estão sendo imunizados com a primeira dose gestantes e puérperas com comorbidades (mediante comprovação com declaração médica emitida pelo portal do CRM-PR), pessoas com Síndrome de Down acima de 18 anos e idosos acima de 60 anos (repescagem).

Segunda dose

Em Curitiba, 205.357 pessoas receberam a segunda dose da vacina até quinta-feira (19/5). A vacinação com a segunda dose está sendo feita nas instituições de longa permanência, em profissionais de saúde e idosos.

Doses recebidas

Até o momento, Curitiba recebeu do Ministério da Saúde, repassadas pelo Governo do Paraná, 787.960 doses de vacinas, sendo 490.660 para primeira dose e 297.300 para segunda dose. Nesse montante já estão contabilizados os 5% de reserva técnica.

Cuidados devem ser mantidos

Imagens simbólicas têm viralizado recentemente na internet com repórteres tirando as máscaras ao vivo ao noticiar que, nos Estados Unidos, o uso de máscaras não é mais obrigatório para a população já vacinada com as duas doses. Um gesto simples e tão esperado por milhões de pessoas ao redor do mundo que traz esperança de volta à normalidade. Mas, no Brasil, essa realidade ainda está distante. Confira abaixo alguns motivos pelos quais deve-se manter o uso de máscaras e o distanciamento social no Brasil mesmo com a vacinação.

Aumento constante no número de casos
Em mais de um ano de pandemia do novo coronavírus, o país vive o pior momento no número de contágios e mortes diárias por causa da Covid-19. São mais de 70 mil novos casos diários, enquanto nos Estados Unidos a curva de contágio tem diminuído conforme a vacinação avança no país. O infectologista do Hospital Universitário Cajuru, João Telles, explica que o aumento no Brasil se deve a três fatores principais. “A presença de variantes de cepas circulando no território nacional, somado ao baixo número de pessoas vacinadas com as duas doses e o aumento da circulação da população economicamente ativa acabam culminando no alto número de casos de Covid no Brasil”, diz.

Baixo índice de vacinados no país

A suspensão do uso de máscaras entre os norte-americanos é resultado do alto número de pessoas já completamente vacinadas no país, que contempla inclusive adolescentes a partir de 12 anos de idade. Enquanto isso, o Brasil ainda vacina idosos e pessoas com comorbidades.

O infectologista explica que, para suspender as máscaras, é necessário que uma alta parcela da população esteja imunizada. “Se tivermos um alto índice de vacinação, com uma curva baixa de contágios e baixa ocupação hospitalar, os riscos de transmissão comunitária são menores. É preciso que esses três fatores estejam andando juntos. Mas essa é uma realidade completamente diferente do Brasil, onde não temos uma grande parcela da população vacinada, com número de casos variando bastante e taxa de ocupação hospitalar muito alta, na maioria das cidades”, afirma.

Crescimento de casos em jovens

Outro fator que justifica o constante uso de máscaras no Brasil é a queda de idade entre os casos mais graves da Covid-19. “Como a vacinação completa está entre as pessoas acima de 70 anos, eles têm menores chances de desenvolver o estágio grave da Covid se forem contagiados pelo vírus. Dessa forma, há uma tendência da curva aumentar entre a população mais jovem, além de serem as pessoas em maior circulação nas ruas devido à necessidade de voltar ao trabalho e também por causa das variantes que podem desenvolver casos mais graves em pacientes nessa nova faixa etária”, finaliza o infectologista.

A orientação dos médicos é, de acordo com a situação da pandemia no Brasil, que a população continue usando máscaras em ambientes abertos e fechados e mantenha o uso constante de álcool em gel e distanciamento social. Uma vez que a vacinação está no início, essas ainda são as formas mais efetivas de evitar o vírus da Covid-19.