No dia 4 de setembro, a demonstração começou na Ala do Aeroporto Internacional Afonso Pena e contou com a presença da Delegada da ALF/Curitiba, Cláudia Regina Leão do N. Thomaz, do Delegado Adjunto, Fabiano Blonski, e do chefe da Equipe de Vigilância e Repressão (EVR) da Inspetoria da Receita Federal do Brasil no Aeroporto Internacional Afonso Pena (IRF/AFP), Fernando Murakami do Nascimento.

No Aeroporto, os cães de faro, comandados cada um por seu respectivo condutor (Ônix – Tales Henrique da Cunha Cruz Filho, Vilma – Vinícius Fadel Martins, e Etna – Fernando Murakami do Nascimento) foram direcionados primeiramente ao setor de Guarda Volumes das três companhias aéreas do recinto: Latam, Azul e GOL.
Foi no setor de Guarda Volumes que teve início o exercício de simulação e ambientação com os cães. Nesse local, um servidor da Receita Federal misturou entre as bagagens de passageiros uma mala contendo substâncias entorpecentes. Os cães rapidamente identificaram, de forma passiva (ao sentar ou deitar), a mala com as drogas ilícitas.Da mesma forma que no Guarda Volumes, condutores e cães de faro puderam demonstrar seu trabalho na área de Bagagem Extraviada. Neste local os cães também identificaram uma mala de entorpecentes que havia sido escondida entre as malas dos viajantes.
Nesse trajeto diário, que nem sempre segue a mesma sequência, os cães foram direcionados ao local onde ficam as esteiras com as bagagens dos voos nacionais. Na ocasião havia chegado um voo de Guarulhos-SP e outra simulação de detecção de entorpecentes pôde ser realizada na presença de passageiros. Os cães Etna, Ônix e Vilma circularam pela esteira e puderam identificar a bagagem com as drogas ilícitas.
O cão Nóris, que nesse mês completa 10 anos de trabalho na Receita Federal, não participou desse trabalho no aeroporto. Por ser de uma geração anterior à dos outros 3 cães, esse cão, que identifica os entorpecentes de forma ativa (arranhando o local), é poupado de algumas atividades mais desgastantes.
Na sequência, os condutores e seus cães se encaminharam até o saguão de embarque dos voos nacionais, onde um servidor da Receita Federal, com bagagem de mão contendo entorpecente, se misturou aos demais passageiros. Novamente, os três cães indicaram de forma precisa a bagagem do servidor.
Essa ação se mostrou muito importante para a ambientação entre os cães de faro e a sua condução em meio aos passageiros. Além disso, pode-se acompanhar a percepção pública em relação ao trabalho realizado pelos cães farejadores no combate às drogas. Os passageiros demonstraram receptividade e naturalidade com a presença dos cães.
Na continuidade, os condutores e seus cães foram até o local onde ficam as carretas de bagagem das três companhias aéreas que recebem, via esteira, as bagagens despachadas pelos passageiros. Neste local também foram realizados exercícios de simulação com drogas.
Segundo o chefe da EVR, Fernando Murakami do Nascimento, o caminho das bagagens despachadas até a aeronave contempla fiscalização tanto por raios X como por cão de faro. As apreensões são realizadas, na maioria das vezes, em associação com o cruzamento de informações relativas ao passageiro, obtidas pelo trabalho de inteligência da Receita Federal. Outras vezes, o direcionamento para a verificação é feito em função de denúncias.
Fernando Murakami, explicou também que, semanalmente, o interior das aeronaves são objeto de verificação após a saída dos passageiros e tripulantes. Isso ocorre tanto nos voos nacionais quanto nos dois voos internacionais de saem ou chegam a Curitiba, das cidades de Assunção (Paraguai) e Buenos Aires (Argentina).
É importante destacar que nos voos internacionais, além de todo o trabalho de fiscalização das bagagens, a Receita Federal conta com um sofisticado equipamento de reconhecimento facial, que é alimentado por dados como, por exemplo, frequência, destino e duração de viagens anteriores; informações fiscais dos passageiros e também informações financeiras, captadas inclusive por postagens em redes sociais.
Por fim, todos os envolvidos no exercício simulado foram direcionados ao Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional Afonso Pena, onde o Inspetor-Chefe Substituto da IRF/AFP, Fausto Pereira Neto, acompanhou as atividades.
Nesse local, que é dividido em setores para exportação e importação, a equipe passou por um espaço fechado por grades, destinado à abertura de cargas selecionadas pelos fiscais para a verificação física, o qual comumente é denominado de “gaiola”. Aqui o trabalho dos cães farejadores se mostra como meio auxiliar para a detecção das diversas formas de ocultação de entorpecentes.
O trabalho de apreensão das drogas ilícitas costuma ser mais frequente na importação do que na exportação. O mais comum é o cão detectar carga com drogas no local destinado às Bagagens Desacompanhadas. E foi neste local que os cães fizeram seu último exercício simulado dentro do aeroporto. Como nos outros exercícios, os cães foram precisos na indicação de cargas espalhadas intencionalmente com drogas.
No dia 5 de setembro, a atividade de ambientação com os cães de faro prosseguiu no Centro Internacional de Curitiba (CEINT-PR), onde ficam concentradas mais de 90% das remessas postais internacionais de até 2kg, que representavam o maior volume geral de todas as remessas postais internacionais que chegam ao Brasil. Atualmente, esse recinto recebe, mensalmente, mais de 5 milhões de remessas postais internacionais, incluídas também nesse número remessas de volumes maiores, de 30 kg.
Todas as remessas postais internacionais que chegam ao CEINT-PR passam por escâneres. Devido ao trabalho dos cães de faro no local é possível se confirmar a presença de drogas em volumes selecionados pelas equipes de raios X antes mesmo da abertura dos pacotes pelos fiscais.

Além disso, com esse trabalho diário dos cães de faro é comum identificar novas formas de ocultação de drogas, de forma a orientar os funcionários dos Correios para a identificação de volumes semelhantes durante a passagem pelos escâneres.
O exercício de simulação e ambientação dos cães na ampla área dos Correios, em Pinhais, contou com a presença do Delegado Adjunto da ALF/CTA, Fabiano Blonski, e do chefe do Serviço de Remessas Postais e Expressas (SERPE) da ALF/CTA, Ailton Terumi Mizuta.
Da mesma forma como ocorreu no aeroporto, o exercício aconteceu com a localização pelos cães farejadores de pacotes que continham drogas ilícitas, espalhados pelo recinto, propositadamente, por servidores do SERPE. Os cães farejaram o trajeto da droga, devido a partículas no ar. Nesse exercício estavam reunidos os 4 cães de faro da ALF/ Curitiba.
É importante informar que cada recinto possui seus cães “residentes”, e que, juntos ou separados por recinto, todos os cães farejadores fazem atividades periódicas, seguindo um fluxo definido, para aprimoramento tanto das habilidades dos cães como das técnicas de condução para os servidores destacados para a função de condutor de cão de faro.
Ainda durante a atividade no CEINT-PR, os servidores do SERPE expuseram uma mesa com variados tipos de drogas ilícitas e as suas formas de ocultação nas remessas. Na mesa havia drogas, como o haxixe, que foram encontradas em potes de massa de modelar infantil, tentando se passar por material orgânico durante a passagem pelos escâneres. Maconha, cocaína e drogas sintéticas foram encontradas em brinquedos, produtos de festa infantil e roupas.
Sementes de maconha apareceram em envelopes ou em pequenos recipientes, alguns destes mascarados, por exemplo, dentro de capas de CD ou DVD. Ainda, o que se observou foi que alguns desses recipientes apresentavam legenda, formando um verdadeiro cardápio de drogas, que especificava a produção da droga para uso em atividades esportivas, relaxamento ou criatividade, nos mais diversos sabores, de acordo com quantidades variadas de THC (substância entorpecente) e canabidiol.
No ano de 2019, até o mês de agosto, a ALF/ Curitiba já apreendeu mais de 2.000 remessas postais internacionais contendo drogas. Dessa forma, é de suma importância a realização de treinamentos e exercícios simulados envolvendo os cães de faro e seus condutores.
A união entre o trabalho de inteligência institucional, a verificação física e por uso de imagens dos objetos, mais o trabalho dos cães farejadores, faz com que a Receita Federal consiga executar com qualidade seu papel no combate ao tráfico ilícito de drogas, sempre com respeito ao cidadão e em benefício da sociedade.