LOS ANGELES, EUA (FOLHAPRESS) – O jeans, quem diria, está na moda nos séculos 16 e 18. Os dois filmes de época indicados ao Oscar de melhor figurino, “Duas Rainhas” e “A Favorita”, usaram o tecido para fazer trajes exuberantes de monarcas e os uniformes de seus empregados.


A britânica Sandy Powell, vencedora de três estatuetas do Oscar, já recebeu um total de 14 indicações ao prêmio e, neste ano, concorre por “A Favorita” e “O Retorno de Mary Poppins”. No último domingo (10), ela ganhou o Bafta pelo primeiro -na premiação, ela também concorria com os dois longas.


“Sandy mandou sua equipe comprar todas as peças possíveis de jeans que existiam nos brechós da Inglaterra. Tudo foi então descosturado e costurado novamente”, contou o estilista Nick Verreos, porta-voz do museu Fashion Institute of Design & Merchandising.


Um vestido preto que parece feito de couro, usado pela personagem da atriz Emma Stone em “A Favorita”, é na verdade um jeans tingido. Já o detalhe que é supostamente feito de renda branca é vinil cortado a laser.


Apesar de criado séculos atrás na Europa, o denim só ganhou a sua cara atual no século 19, com a invenção da calça jeans nos Estados Unidos.


O denim também está nos vestidos da britânica Alexandra Byrne para “Duas Rainhas”. Ela já ganhou um Oscar em 2008 por “Elizabeth: A Era de Ouro”, de 2007.


“Os figurinistas estão pensando fora da caixa. É uma maneira de fazer com bem menos e em pouco tempo”, disse Verreos. “Antigamente, as pessoas dormiam, trabalhavam e viviam em suas roupas. A roupa se moldava ao corpo. Qual outro material melhor do que jeans para imitar isso tudo?”


As britânicas disputam o Oscar com Ruth E. Carter e com a também americana Mary Zophres, que assina os figurinos do faroeste dos irmãos Coen “A Balada de Buster Scruggs”.