JValério

Em entrevista ao Bem Paraná, presidente da JValério fala sobre os desafios para recuperar negócios após pandemia. Associada da Fundação Dom Cabral, JValério realiza transmissões temáticas e gratuitas para dar suporte aos empreendedores.

A JValério, que representa a Fundação Dom Cabral no Paraná e em Rondônia, lançou uma série de encontros online gratuitos e abertos ao público para auxiliar empresários na superação da crise econômica causada pelo novo coronavírus. Os Encontros de Gestão acontecem periodicamente, reunindo e aprofundando assuntos setoriais. Além de proporcionar palestras com nomes reconhecidos pelo mercado, que trazem conhecimento e orientações práticas em diferentes aspectos da gestão, as vídeo conferências também agregam valor ao reunir executivos de alta gestão, atuantes em diferentes cidades, e ramos empresariais. A cada encontro os participantes têm a oportunidade de trocar experiências, atualizar conteúdos e traçar prognósticos do que está por vir neste cenário de muitas incertezas e desafios para os empreendedores.

Duas edições já foram realizadas. A próxima oportunidade, agendada para o dia 28 de julho (terça-feira), terá a condução inédita do Diretor-presidente da companhia, Eduardo Valério. O tema da live será a Governança na Empresa Familiar. O especialista pela Wharton Business School (EUA) vai abordar Governança Corporativa na era digital, principais desafios, sobretudo no cenário de pandemia e as barreiras para retomada econômica. O encontro tem duração de uma hora e meia, das 18h às 19h30. Os próximos Encontros de Gestão acontecem em agosto, nos dias 11 (Especial Agronegócios) e 25 (Especial Varejo). Para conhecer melhor a programação e se inscrever gratuitamente, basta acessar o site: https://jvalerio.com.br/

Em entrevista ao Bem Paraná, Valério comentou os principais desafios da economia do Paraná.

Por que a JValério decidiu oferecer esses encontros gratuitos ao empresariado local?
Está no propósito da JVALÉRIO promover o desenvolvimento de executivos, empresas e seu entorno. Em um momento como esse, é mais do que importante que empresas de consultoria disponibilizem conteúdos, metodologias e principalmente trocas de informações sobre as melhores práticas de gestão e governança. Isso nos mobilizou e vai continuar mobilizando para compartilhar de forma gratuita aquilo que nós estamos ensinando e aprendendo com os empresários.

Qual é o impacto da pandemia nos negócios paranaenses?
Diferentes setores, diferentes empresas enfrentam diferentes problemas. Alguns com profundas dificuldades, principalmente aquelas empresas ligadas ao comércio; e alguns com momento de aproveitamento da oportunidade de crescimento – que é o caso da indústria de alimentos, de limpeza e higiene, alguns produtos manufaturados e o agronegócio, com bastante crescimento. Como a economia do Paraná é muito dinâmica, o estado tem conseguido se equilibrar, sendo aquele que mais cresceu no mês de maio, graças à essa diversidade. Os setores que estão em crise estão tendo uma lição difícil de reaprender seus negócios. Mas,nesses momentos de crise há condições de refletir e criar alternativas. Tenho certeza que o empresariado paranaense tem plenas condições de superar mais esse doloroso desafio na história empresarial.

Qual a importância da profissionalização da gestão para superação da crise?
Quando se fala em profissionalização há um equívoco, principalmente nas empresas familiares. Muitos pensam que profissionalização é a saída dos membros familiares da gestão, e é ao contrário. A profissionalização é adotar as práticas de gestão de negócios que visem o desenvolvimento da empresa, das pessoas. Processos bem definidos, indicadores que reflitam o desempenho de cada setor, de cada área, de cada produto. Ou seja, uma empresa profissionalizada está com seus processos, seus indicadores e a sua estratégia bem definidos e acompanhados de forma sistemática.

O tema da sua palestra será a governança nas empresas familiares. Qual a relevância desse segmento na economia do Paraná?
Nós vamos abordar um dos temas mais desafiadores para todas as empresas, que é a Governança Corporativa. Esse tema tem uma relevância maior ainda em momentos de crise porque ele coloca à prova toda a capacidade que a empresa tem de fazer a gestão de suas crises. É importante que a empresa tenha de maneira estruturada quais indicadores devem ser acompanhados, com clareza sobre processos de decisão, implementação e o papel de cada membro. Isso evita que aconteça o que é muito comum em empresas familiares: confusão de papéis.

Como a governança pode colaborar para que empresários e executivos superem esse momento de incertezas?
Se nós considerarmos que mais da metade do PIB paranaense vem das empresas familiares, você pode imaginar a importância desse tema. Mais da metade do nosso PIB está vinculado ao sucesso das empresas familiares. Na nossa live aberta ao público vamos abordar, de forma simples e direta, quais são os cuidados que os empresários proprietários das empresas familiares devem estar atentos para que a capacidade de superação de resultados e atravessamento dessa crise esteja cada vez mais fortalecida com uma melhor governança. Muitas empresas paranaenses já adotaram, mas, infelizmente a maioria não. E estas correm riscos de descontinuidade.

A crise global também despertou debates muito polarizados, colocando os negócios até como inimigos da saúde pública. Como as empresas podem pensar na recuperação econômica de maneira responsável? É possível buscar alternativas que equilibrem os negócios e preservem as vidas – enquanto a vacina não é uma realidade?
Umas das principais responsabilidades sociais das empresas é a geração de empregos. Tenho visto vários empresários tomando decisões de corte de despesas e gastos para preservar a renda dos funcionários. Uma das grandes contribuições para a recuperação da economia é fazer com que as empresas retomem suas atividades sem demitir as pessoas. Há muitas demissões, mas, também há contratações, e isso faz com que a roda da economia volte a girar com mais intensidade.

A filantropia também é importante. Temos notado um grande e silencioso movimento positivo dos empresários de fazerem ações sociais. Quem já fazia aumentou a contribuição e outros começaram a se engajar. E esse movimento de enxergar o impacto empresarial fora dos seus portões veio para ficar. É colaborar com a comunidade no seu entorno com maior responsabilidade social por parte do indivíduo e da empresa.

No momento vale seguir a recomendação das autoridades sanitárias. Os negócios precisam tomar os cuidados de higiene e isolamento, e desenvolver protocolos. Existem sempre as oportunidades: podemos sentar e chorar ou procurar as alternativas, pois elas sempre existirão. É seguir, conscientizar todos e cuidar da saúde dos funcionários.

Muitas empresas terão de se adaptar às ferramentas digitais para sobreviver. Como será essa adaptação?
Toda crise traz mudanças de comportamento. A atual traz vários ensinamentos e desafios para os quais ninguém se preparou. A dinâmica das empresas mudou bruscamente, algumas vão trabalhar com parte do seu time em home office, outras vão racionalizar volume de reuniões e viagens. Estruturas vão ser revistas e os funcionários descobrirão novas habilidades no trabalho remoto. O maior fenômenos que estamos observando nesta crise é a horizontalização: os processos decisórios estão diluídos. Isso veio para ficar também. Teremos um novo método de fazer negócios, o digital, que fez a geografia desaparecer: podemos ter fornecedores e colaboradores em qualquer lugar do mundo. Um mundo hiperconectado e hipertransparente está afetando a lógica dos negócios.

Qual é sua principal recomendação para quem empreende e está apreensivo?
Não faça com que a apreensão supere o empreendedorismo. Empreender faz parte do crescimento das pessoas, das empresas e das nações. É inerente ao ser humano. A apreensão deve ser mitigada através de tomadas de precaução relacionadas a um planejamento melhor estruturado e a capacidade de identificar quando a estratégia está dando errado, mudar de rota com rapidez e voltar a empreender. Aprender com os erros, identificar questões erradas e rapidamente corrigí-las diferencia as empresas que vão prosperar daquelas que vão deixar de existir.

Sobre a JValério Fundação Dom Cabral
A JValério é a representante da Fundação Dom Cabral no Paraná e em Rondônia, realizando programas de desenvolvimento de gestão e educação executiva que favorecem a otimização da atividade empresarial. Sendo uma das principais associadas da FDC no Brasil, a JValério já atendeu mais de 200 companhias e possui mais de 80 empresas ativas que vivenciam processos gradativos de transferência de conhecimento, com o intercâmbio de experiências em todos os níveis gerenciais. Tendo sustentabilidade como tema transversal em todos os projetos, a Fundação Dom Cabral é uma escola de negócios brasileira com mais de 40 anos de atuação em diversos segmentos em vários países e é a melhor escola de negócios da América Latina há 15 anos consecutivos e a 9ª melhor do mundo, segundo o ranking anual de Educação Executiva do jornal inglês Financial Times.


CURTAS

*Na contramão da crise, Jockey Plaza Shopping inaugura dez lojas nos últimos meses.O estabelecimento recebeu operações de alimentação, vestuário, calçados,eletrônicos, serviços e móveis, com três marcas inéditas na cidade.
Em meio à pandemia da COVID-19, o Jockey Plaza Shopping inaugura dez novas operações nos meses de março a julho, de diversos segmentos, como alimentação, vestuário, calçados, eletrônicos, serviços e móveis. Juntas, as novas operações foram responsáveis pela contratação de mais de 130 colaboradores, diretos e indiretos.
Em março, o shopping recebeu a Maxflex, marca curitibana especialista em qualidade de sono, responsável pelo desenvolvimento, produção e comercialização de colchões e sistemas de dormir. A Lynn inaugurou também uma operação com moda casual masculina e a Trulenik, inédita em Curitiba, trouxe o famoso doce de origem romena, que dá nome à loja: uma massa doce assada em tiras com açúcar e canela, feito na hora, com várias opções de recheios, como como Nutella, doce de leite, chocolate ao leite, branco ou meio amargo.

*A exemplo do que acontece no governo estadual, que criou o Comitê de Volta às Aulas para estudar um protocolo de retorno parcial das aulas presenciais, o Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR) têm buscado um diálogo similar junto a Prefeitura de Curitiba, diante da necessidade de se planejar e organizar o retorno das aulas presenciais da rede privada – Educação Infantil, Ensino Fundamental 1 e 2, Ensino Médio, Ensino Superior e Escolas de Idiomas/ Cursos Livres – o mais breve possível. E no caso da Educação Infantil, o Sinepe/PR pede uma atenção maior, tendo em vista que este segmento de ensino está sofrendo grandes impactos decorrentes da pandemia (evasão de alunos, fechamento de unidades e desemprego), o que vai onerar drasticamente o município na abertura de vagas para alocar estes estudantes.

*O atual cenário político brasileiro e a realização de eleições em 2018 trouxeram uma instabilidade política de curto prazo para o Brasil. É o que mostra o mais recente relatório Political Risk Map 2018 da consultoria de risco e corretora de seguros Marsh, produzido em parceria com a BMI Research, empresa de análise independente de riscos políticos, macroeconômicos, financeiros e industriais.Para medir o grau de risco político do País, a consultoria estabelece uma nota de 1 a 100 considerando três categorias de riscos: político, econômico e operacional. As pontuações abaixo de 60 representam alguma instabilidade. Este ano, o Brasil ficou com nota 57.5, tendência já verificada em 2017, quando a nota do País foi 57.2.


FRASE

“Eu admiro aqueles que conseguem sorrir com os problemas, reunir forças na angústia, e ganhar coragem na reflexão. É coisa de pequenas mentes encolher-se, mas aquele cujo coração é firme, e cuja consciência aprova sua conduta, perseguirá seus princípios até a morte.”

(Thomas Paine)