Valquir Aureliano

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu ao juiz Fernando Fiuscher, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, autorização para vender pequenos objetos de grande valor monetário apreendidos nas residências do ex-governador Beto Richa (PSDB) durante a Operação Quadro Negro. O documento foi protocolado ontem e relaciona dezenas de relógios, canetas e óculos de marcas famosas, além de abotoaduras, correntes, aneis, pulseiras, cintos e outros.

Prejuízo
O Ministério Público reconhece que, embora possa alcançar grande valor monetário, a venda destes bens não cobre o prejuízo de R$21,7 milhões, em valores não corrigidos, referente ao desvio de verbas da construção de escolas da rede estadual de ensino. No entanto, o MP argumenta que há urgência na venda devido ao risco de deterioração dos objetos, principalmente de relógios e canetas, que podem sofrer danos irreparáveis, com consequente desvalorização, se permanecerem sem uso. O juiz Fernando Fischer ainda não decidiu se aceita o pedido do Gaeco.

Assédio
eeleito para o quarto mandato na Assembleia Legislativa no ano passado, o deputado estadual Douglas Fabrício (PPS) usou a tribuna do plenário da Casa pela primeira vez nessa legislatura, para reclamar que membros do governo Ratinho Jr estariam assediando prefeitos do seu partido. Segundo Fabrício, integrantes da atual administração teriam procurado prefeitos de sua base eleitoral sugerindo que eles mudassem de partido em troca de recursos do Estado para obras e projetos em seus municípios. “Eu não concordo com essa postura. Governo ganhou eleição tem que governar, não ficar assediando prefeito”, criticou.

Frota
O deputado estadual Soldado Fruet (PROS) apresentou ontem na Assembleia Legislativa um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos do governo do Estado com a empresa JMK, responsável pela manutenção e gestão de frotas de veículos do governo. A JMK presta serviços ao governo paranaense desde 2015, e segundo Fruet, os problemas com a manutenção de frotas tornaram-se públicos a partir de 2016.

Na garagem
O parlamentar afirmou que a CPI busca identificar os responsáveis e principalmente solucionar a falta de manutenção das frotas, que prejudica diretamente o pronto atendimento das ocorrências de bombeiros, policiais e de outros serviços. “A JMK diz que o governo está inadimplente, o governo diz que está pagando em dia e enquanto isso, viaturas, ambulâncias e caminhões de combate a incêndios estão parados em oficinas deixando a população à espera de um socorro que muitas vezes não chega e quando chega é tarde demais”, disse Fruet.

‘Pratos Limpos’
O Ministério Público do Paraná cumpriu hoje 28 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão temporária em Cerro Azul (região metropolitana de Curitiba). Os alvos são servidores públicos suspeitos de integrarem organização criminosa investigada por desvio de recursos vinculados à Secretaria de Assistência Social do município destinados a compra de merenda para crianças atendidas por projetos sociais locais. Segundo as investigações, servidores do alto escalão da prefeitura deflagravam procedimentos de compra de alimentos supostamente destinados à merenda. Os itens, no entanto, não chegavam a ser entregues, embora os valores fossem pagos – e posteriormente repartidos entre os envolvidos.