A discussão polêmica sobre o horário ideal para que os jogos terminem será estendida para todo o País Isso porque na Assembleia Legislativa de São Paulo e também na Câmara dos Deputados, não foi bem recebida a intenção da Federação Paulista de Futebol de levar os jogos do Paulistão marcados para a capital para outras cidades, caso entrasse em vigor a lei que determina que os eventos esportivos terminem antes das 23h15. A declaração do presidente da FPF, Marco Polo del Nero, na última quinta-feira (25), desagradou vários parlamentares, que resolveram seguir a iniciativa do vereador da capital Antônio Goulart.

Neste sábado (27) mesmo deve ser publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo o projeto de lei do deputado Jorge Caruso (PMDB), ampliando a restrição para todo Estado. “Além de gerar prejuízos para as torcidas, isso só iria transferir o incômodo para os moradores do interior”, explicou Caruso.

O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) já disse que levará o assunto para a esfera nacional. “A decisão da Federação Paulista é um absurdo. Agora eles vão precisar realizar jogos na Argentina”, disse. O projeto será apresentado na Câmara dos Deputados na próxima terça e, se aprovado, valerá para todos os campeonatos do País.

De acordo com ele, não se pode permitir que uma emissora de tevê controle o funcionamento de um torneio. “A partir do momento que a Rede Globo determina o horário do futebol, dificulta muito a presença dos torcedores nos jogos”, comentou.

A maior parte da verba dos campeonatos vem das cotas de tevê, pagas em troca do direito de transmissão. No entanto, o debate deve ser feito, segundo os parlamentares. “A discussão é ampla, mas temos que ter bom senso. O esporte é para mídia ou para população?”, questionou Jorge Caruso.

O deputado paulista, porém, se mostrou disposto a dialogar com os clubes, organizadores e torcedores. Assim que o projeto for publicado, ele tem cinco sessões para receber emendas. Para não arranjar briga com entidades nem emissoras, Caruso cogita adiar a decisão de restringir os horários para o ano que vem. “Podemos negociar a lei, para que ela passe a vigorar no próximo campeonato, dando tempo de adaptação a todos”.