CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O Ministério Público Federal no Paraná denunciou à Justiça nesta segunda-feira (28) o ex-governador Beto Richa (PSDB) e mais 32 investigados pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa na concessão de rodovias estaduais e aumento de tarifas, na 58ª fase da Operação Lava Jato.
Richa está preso desde a última sexta-feira (25), quando a operação foi deflagrada. Ele está detido em um quartel da Polícia Militar em Curitiba.
De acordo com a Procuradoria, o suposto esquema criminoso, que perdurou por cerca duas décadas, durante vários governos, desviou um total de R$ 8,4 bilhões por meio de recursos arrecadados com o reajuste da tarifa de pedágio do Anel de Integração do Paraná, malha de rodovias do estado, além de obras e concessões, em troca de vantagens indevidas.
Além do ex-governador, acusado de receber R$ 2,7 milhões em propina, foram denunciados seu irmão e ex-secretário de Infraestrutura e Logística do estado, Pepe Richa, e empresários ligados às concessionárias Econorte, Viapar, Ecocataratas, Caminhos do Paraná, Rodonorte e Ecovia.
A Procuradoria acusa Beto e Pepe Richa de serem os comandantes do esquema de propinas
A defesa de Richa alega que os fatos apresentados pelos procuradores da República foram devidamente esclarecidos, “não restando qualquer dúvida quanto à regularidade de todas as condutas praticadas.”
Em setembro do ano passado, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes concedeu liberdade ao ex-governador. No entendimento dos advogados, o novo decreto de prisão desrespeitou a decisão do ministro.
À época, Beto Richa se disse vítima de uma “crueldade enorme” ao ser preso. O tucano deixou o governo do Paraná em abril do ano passado para tentar uma vaga no Senado, mas foi derrotado ficou em quarto lugar.