Divulgação / Corpo de Bombeiros de Minas Gerais – Vista aérea da lama que tomou localidades de Brumadinho

O rompimento da barragem de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), ocorrida nesta sexta-feira (25), pode ter mais mortes que a de Mariana, ocorrida em outubro de 2015. A projeção é baseada nos números divulgados nesta sexta-feira nas operações de resgate feitas pelos bombeiros e pela polícia militar – quase 100 agentes estão no local e a quantidade deve chegar a 200 a partir da madrugada deste sábado (26).

A Vale, que administrava a mineração em Brumadinho, informou que havia 427 pessoas no local. Segundo os bombeiros, 182 foram resgatadas vivas. O governo de Minas Gerais, citando informações dos bombeiros, disse que há 7 mortos, ainda não identificados. O número de desaparecidos supera 230 — desses, 150 seriam funcionários da Vale — e a chance de se encontrar pessoas ainda vivas diminui com o passar do tempo.

Em entrevista coletiva nesta sexta, o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, admitiu que a tragédia em Brumadinho seria maior do ponto de vista de perdas humanas. Em Mariana, foram 19 mortes. Por outro lado, ele disse que a tragédia será menor do ponto de vista ambiental. Ele explicou que o rejeito vazado no acidente é menos úmido que o de Mariana e, portanto, teria menos capacidade de locomoção pelos rios e encostas da região. “O dano do ponto de vista ambiental é muito menor [que Mariana]. Mas a tragédia humana deve ser maior”, afirmou.

De acordo com o executivo, funcionários ocupavam o refeitório e o prédio administrativo da empresa, localizado no interior do complexo da mina Córrego do Feijão, na zona rural de Brumadinho.

A empresa tem no local três barragens, todas com rejeito da produção de minério de ferro, formado principalmente de um material chamado sílica, que seria a terra que é separada do minério durante o processo de extração do produto na mina. Schvartsman afirmou que só tem notícia até o momento que uma barragem se rompeu. Uma segunda barragem teria transbordado.

O executivo afirmou que a empresa não sabe ainda o que levou ao rompimento, mas garantiu que a última vistoria no local, que atestou sua segurança, ocorreu no último dia 10. Um laudo produzido por uma empresa alemã, segundo ele, também teria atestado a estabilidade da barragem em setembro passado.