SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Comitê Olímpico da Rússia enfrenta dificuldades para atender à demanda do COI (Comitê Olímpico Internacional) de recuperar as medalhas dos atletas envolvidos no escândalo de doping no país.

Segundo admitiu na última segunda (17) Alexander Brilliantyova, diretor do departamento legal do comitê russo, Anna Chicherova, bronze no salto em altura nas Olimpíadas de Pequim 2008, foi a última a devolver sua medalha, no outono (primavera no hemisfério sul) do ano passado.

Brilliantyova também confirmou à TASS (Agência de Notícias do Estado Russo) que o Comitê Olímpico Russo recebeu uma carta do COI exigindo que todas as medidas fossem tomadas para que os prêmios fossem retornados e, posteriormente, realocados.

Alexander Kishkin, diretor-executivo da Federação Russa de Levantamento de Peso, declarou à TASS que recebeu uma carta do comitê e que “não foi a primeira”.

Trabalhando para reaver as medalhas desde o final de 2016, Kishkin disse que mandou “cartas não só para os atletas, mas para as federações regionais, para tentar passar a mensagem em todos os níveis possíveis”.

Segundo ele, alguns atletas ignoram o recado, outros dizem que perderam ou “deixam claro de que não vão devolver” as medalhas. Nenhum dos atletas do levantamento de peso que tiveram suas conquistas canceladas nos Jogos de 2008 e 2012 entregaram seus prêmios.

Em 2018, o COI aprovou as diretrizes de como devem ocorrer a realocação das medalhas, que preveem cerimônias que podem acontecer desde em futuras edições das Olimpíadas até dentro do Museu Olímpico e sob caráter particular. A escolha é dos esportistas.

Dos 101 atletas que testaram positivo nos testes nos Jogos de Pequim e de Londres (2012), 28 são russos. Destes, 15 receberam medalhas em algum dos eventos.

Os companheiros de equipe de atletas condenados na CAS (Corte Arbitral do Esporte) também devem entregar de volta seus respectivos itens.