Divulgação/Assessoria de imprensa

Com a pandemia, a rotina familiar com filhos, que já era difícil de organizar, ficou, muitas vezes, caótica. Muita gente tem reclamado dos “surtos” emocionais, dificuldades com birras das crianças e falta de tempo para tudo. Como resolver isso?

Em primeiro lugar, todos precisam assumir suas responsabilidades, não é mesmo? “Fala-se muito da divisão de tarefas em casa, mas o que eu percebo como terapeuta é que algumas mulheres só compartilham o serviço se o companheiro fizer do jeito delas – sem respeitar o ‘jeito dele’. Para dividir o trabalho em casa, os dois precisam ser flexíveis, e todos têm a ganhar com isso, inclusive as crianças”, conta a psicóloga Márcia Canova, do Peixinho Dourado Berçário e Educação Infantil.

Além de uma saudável divisão de responsabilidades tanto da casa quanto da criação dos filhos, ela recomenda “bloquear a agenda” para atividades individuais prazerosas – e respeitar esse tempo do parceiro. Pode ser um encontro com amigas (com toda segurança no distanciamento imposto pela pandemia!), atividade física, que é importantíssima, ou mesmo cursos e leituras para as quais é preciso reservar um tempo. “Quando a pessoa volta, está com outro ânimo e até enxerga as coisas de outra forma”, conta Márcia.

“Percebo que a pintura e outros hobbies que desenvolvi na pandemia têm sido fundamentais tanto para mim quanto para meu marido e meu filho”, conta a diretora do Peixinho Dourado, Marianna Canova. “Entendo que conquistar tempo para si contribui para refletirmos sobre quem somos e no que acreditamos. Seja por meio da yoga, meditação, leitura, filmes, músicas ou podcasts de qualidade, podemos fortalecer nossa identidade e singularidade, o que é importante na autossatisfação”, concorda Márcia.

Outro fator importante para as famílias é criar uma rede de apoio, com a qual se pode contar nos momentos de emergência. Quem não tem parentes por perto pode combinar com amigos próximos de prestarem ajuda mútua, e mesmo a escola se mostra um importante pilar nessa construção.

“Algumas vezes. é preciso deixar de lado a culpa e dividir o cuidado com os filhos – ter alguém para cuidar deles enquanto você se cuida”, sugere Márcia. “Como cuidar de alguém que amamos sem antes cuidar de nós mesmos? Se estivermos em uma pane dentro de um avião, as máscaras de oxigênio caem e os adultos devem ser os primeiros a colocá-las”, ela exemplifica.

Depoimento: é possível planejar e realizar mais

Para a assessora jurídica Marcela Markovicz, o assunto “rotina” ganhou status de alta importância nos últimos tempos, visto que, segundo ela, aprender essa organização trará reflexos positivos na vida adulta do filho Nicolas, de 4 anos. “É o que definirá os parâmetros que a criança adotará no futuro, para a sua realização pessoal”, ela considera.

Para adequar a rotina ao crescimento do filho, ela e o marido reveem seus esquemas familiares a cada três meses, de forma a verificar as adaptações a serem feitas. “A criança se desenvolve muito nesse período, e é preciso saber o que ela já consegue ou não fazer para conceder autonomia crescente”, acredita Marcela.

Além de ter se inscrito num curso para pais e mães em que aprende a repensar muitas dessas questões, Marcela também garante um tempo para si mesma todos os dias: e descobriu que consegue ler um livro, ver um filme ou série, fazer atividade física, nem que seja a partir das 6h da manhã, na hora do almoço, ou depois das 23h…

“Minha dica para outras mulheres é: nunca deixem de incluir nos planos futuros a realização pessoal, seus anseios, desejos e realizações. Até mesmo atos simples, como fazer a unha, cabelo, atividade física, ir à missa, conversar com um(a) amigo(a). É sempre possível adaptar a vida, inclusive profissional. Eu fiz isso (ainda que tardiamente, na minha opinião), e posso dizer que, com planejamento e paciência, tudo é possível. Mesmo dentro do tempo que se tem, é possível incluir tudo que é essencial.”