Geraldo Bubniak

São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, foi escolhida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública como representante do Sul para a implementação do projeto-piloto Em Frente Brasil – Programa Nacional de Enfrentamento à Criminalidade Violenta. Ele será testado em outras quatro cidades: Ananindeua (PA), Cariacica (ES), Goiânia (GO) e Paulista (PE).

O projeto foi lançado na quinta-feira (29) em Brasília, e nesta sexta (30) aconteceu a solenidade de início dos trabalhos em São José dos Pinhais, com apresentação do efetivo que atuará no projeto-piloto Em Frente Brasil – Programa Nacional de Enfrentamento à Criminalidade Violenta. A cidade recebeu 100 policiais da Força Nacional de Segurança, que passarão a atuar em conjunto com as forças de segurança estaduais (Polícia Militar e Polícia Civil) e de São José dos Pinhais (Guarda Municipal).

O programa foi idealizado pelo Governo Federal para combater crimes de maior gravidade, principalmente homicídios, além de propor um diagnóstico das causas da violência para planejar ações futuras em diversas áreas como educação, saúde, saneamento e integração social. Os policiais vão atuar em São José dos Pinhais por 120 dias em cinco grandes áreas da cidade que integram pelo menos 15 bairros.

O Paraná foi escolhido como sede do Sul porque já atua de forma integrada e colaborativa na segurança pública, além da capacidade de gestão e cooperação com o Governo Federal.

A força-tarefa que vai atuar em São José dos Pinhais é integrada por agentes da Força Nacional de Segurança, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Departamento Penitenciário Nacional, Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria de Operações Integradas, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Departamento Penitenciário Estadual e Guarda Municipal. Ela reúne centenas de policiais, 75 viaturas, 20 motocicletas e dois helicópteros.

A primeira etapa, mais ostensiva, vai até novembro. Enquanto isso as secretarias estaduais e os ministérios do Saúde, Economia, Educação, Cidadania, Desenvolvimento Regional e Mulher, Família e Direitos Humanos estudam locais e fatores socioeconômicos que tenham correlação direta com a incidência criminal para apontar novas soluções para a segurança pública.

Segundo o tenente Eduardo Antonio Scharwz, porta-voz da Força Nacional de Segurança, os agentes foram orientados pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública a atuar em parceria com as forças estaduais em qualquer situação.

“A Força Nacional está preparada para tudo, é o nosso lema. Serão intervenções em presídios, incursões em áreas de risco, situações de crise, mandatos de busca, mandados de prisão. Vamos apoiar as ações das policiais locais”, afirmou.

MODELO – O coronel Romulo Marinho, secretário de Segurança Pública do Paraná, destacou que o projeto-piloto em São José dos Pinhais servirá de modelo para encontrar novas metodologias na proteção da comunidade. “Aqui no Paraná o programa encontrará solo fértil para servir de modelo para os outros Estados. A cidade vai servir de arena para encontrar os aspectos positivos e negativos. Vamos encontrar soluções para replicar esse modelo integrado em inúmeras cidades daqui para frente”, complementou.

O coronel Péricles de Matos, comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, destacou que houve planejamento intenso das ações em Brasília nos últimos meses para identificar as áreas que serão alvo da cobertura. “É a primeira operação conjunta que envolve os três níveis , federal, estadual e municipal. Todos estão conjugados num plano estratégico de aplicação. Entre os agentes da Força Nacional de Segurança estão aqueles que atuam com criminalística e a Polícia Civil. É um ciclo completo, da parte ostensiva e preventiva”, pontuou.

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS – A cidade da Região Metropolitana de Curitiba foi escolhida pela localização estratégica (cortada por três rodovias, BR-376, BR-277 e BR-116), potencial econômico, situação fiscal e gestão alinhada com o projeto. Também foi levado em conta os índices de homicídios de 2015, 2016 e 2017.

O prefeito Antônio Fenelon disse que o projeto contempla uma iniciativa aguardada pela população. “Esse projeto vem a somar para a segurança de São José dos Pinhais e da região metropolitana de Curitiba como um todo. A preocupação com segurança pública vem ao encontro com os apelos da população”, afirmou.

As operações também serão realizadas nos limites da cidade, nas áreas rurais, além daquelas que concentram maior incidência de crimes, explicou Fabiano da Rosa, secretário municipal de Segurança. “Não é só mais polícia, é uma preparação de terreno para uma segunda fase de investimentos no diagnóstico das causas da violência. Por exemplo, o problema da drogadição, a perda da vida por dívidas pequenas, a disputa por territórios. Tudo faz parte desse pacote”, complementou.