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A covid-19 deixou um rastro de contaminação e de tristeza na família Souza (nome fictício), moradores do bairro CIC, em Curitiba. Além da morte da matriarca, todos os contatos próximos a ela, como o marido, filhos e netos, foram infectados. O vírus circulou ainda na família de uma das noras, e nesse caminho foram 21 contaminados.

Toda a família foi testada e permaneceu em isolamento domiciliar, com o acompanhamento da equipe da Unidade de Saúde Barigui, responsável pelo rastreamento que chegou aos infectados.

A família Souza integra a lista de 33 mil pessoas já acompanhadas pelo trabalho de investigação epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, com envolvimento direto de todas as unidades de saúde, que percorrem os bairros da cidade para acompanhar, orientar, cuidar e ajudar a romper a circulação acelerada do novo coronavírus.

“A investigação epidemiológica dá mais efetividade aos testes e também ajuda a interromper a transmissão, tirando de circulação os doentes e parte dos indivíduos que interagiram com ele e, por isso, podem carregar o vírus sem saber”, disse Márcia Huçulak, secretária municipal da Saúde.

A ação rastreia os contados de moradores de Curitiba suspeitos ou confirmados com a covid-19, pacientes que passaram pelos serviços de saúde públicos ou privados ou ainda pela Central de Teleatendimento.

A partir dos confirmados, chamados de caso índice, as unidades de saúde mobilizam equipes de enfermeiros, técnicos e agentes de saúde para investigar todo o histórico dos contaminados: com quem tiveram contato no período da infecção, onde circulou, sintomas, entre outros dados.

As equipes fazem contato telefônico, agendam visitas, orientam sobre os cuidados de isolamento, agendam testes para confirmar ou descartar a infecção.

“É um corpo a corpo mesmo. A gente liga, conversa e também faz visitas para orientar, instruir, entregar os testes”, disse a enfermeira Luciana Moraski, da unidade de saúde Jardim Aliança, no Santa Cândida.

Além da orientação sobre como deve ser o isolamento dentro de casa, as equipe entregam o Termo de Isolamento quando necessário. O documento com respaldo da lei trabalhista tem validade de atestado médico para o afastamento temporário do trabalho dos infectados e sintomáticos.

O motorista Paulo Godoi recebeu o Termo de Isolamento da US Barigui para cumprir o isolamento em casa. “A empresa aceitou, sem problema nenhum.” A esposa de Paulo foi o caso índice que levou a Unidade de Saúde até ele. Com o teste positivo, ele recebeu o documento e ficou fora de circulação por 14 dias.