Marcello Casal Junior/Agência Brasil

O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou neste sábado (28) a necessidade de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus no Brasil.”Porque se a gente sair andando todo mundo de uma vez vai faltar para o rico, para o pobre, para o dono da empresa, para o dono do botequim, para o dono de todo mundo”, disse ele durante entrevista coletiva para divulgar o novo boletim.  O Brasil agora soma 114 mortes e 3.904 casos confirmados no país. A taxa de letalidade é 2,8% e São Paulo concentra 1.406 casos. De sexta (27) para sábado (28), foram mais 22 mortes e 487 casos confirmados ao total. Este é o segundo maior aumento diário de casos confirmados no Brasil até agora. Na sexta-feira, foram 503 novos casos.

Mandetta ressaltou a orientação de “a gente ficar em casa, parado”, até que o poder público “consiga colocar os equipamentos na mão dos profissionais que precisam”. “Nós precisamos ter racionalidade e não nos mover por impulso neste momento. Vamos nos mover, como eu disse desde o princípio, pela ciência e pela parte técnica, com planejamento. Pensando em todos os cenários quando a gente fala de colapso, de sobrecarga, ou de sobreuso no sistema.”, afirmou o ministro.  Ele não descarta que o Brasil possa adotar o lockdown, parada absoluta ou total, em algum momento do avanço da doença ou em alguma localidade específica.  “Agora vai ter que poupar o sistema de saúde. Agora não é hora de sobrecarregar o sistema de saúde, seja em nome do que for. Agora é hora de aguardar, vmos ver como essa semana vai se comportar, e nós vamos ter nessa semana a discussão dentro da Saúde para achar os parâmetros”, disse Mandetta.

O País tem infectados em todas as regiões e Estados. São Paulo é a unidade da Federação mais afetada pela doença, com 1.406 casos confirmados. Em seguida, Rio de Janeiro (558), Ceará (314) e o Distrito Federal (260). Neste sábado, o governo do Distrito Federal, informou, que errou ao divulgar o registro da primeira morte por covid-19 na sexta-feira. Segundo o GDF, a suspeita foi descartada após o teste do homem dar negativo para a doença. Até o momento, nenhuma morte foi registrada na capital do Brasil.

Menos acidentes, mais leitos livres

O ministro defendeu o isolamento social para evitar o avanço da doença e também para evitar sobrecarregar os hospitais com outros tipos de atendimento. “Quando a gente manda parar diminuem acidentes, traumas e aumentam leitos de UTI quando precisamos”, disse o ministro. “Ou seja, mais um benefício quando manda parar, além de diminuir a transmissão”.

Mandetta ressaltou o alto número de acidentes automobilísticos no Brasil, que leva a internações em hospitais por traumatismos. “Há informações que nós estamos tendo de queda de até 30%, 40% até 50% do nível de taxa de ocupação dos leitos que antes estavam sendo utilizados para pessoas politraumatizadas. Mais uma razão pra gente gente diminuir bastante a circulação de pessoas”, ele afirmou. “É um efeito secundário benéfico, além do efeito de diminuir a transmissão”, ele explicou.