Gilson Abreu/AEN – Beto Preto (à esquerda): “Temos que manter o isolamento domiciliar porque essa é a medida não medicamentosa mais importante que temos”

Em videoconferência com secretários municipais de Saúde de 30 cidades paranaenses das 22 regionais, o secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto, reafirmou a importância da manutenção da política de isolamento social como estratégia de combate à disseminação do coronavírus no Estado. Na conversa, o secretário reforçou as orientações de restrição para os estabelecimentos comerciais, a necessidade de diminuir as aglomerações e manter a política atual. 

“Estamos preocupados. É o momento de juntar esforços. Precisamos usar a palavra unidade para passar por esse período tão difícil da pandemia. Precisamos lembrar disso todos os dias”, disse Beto Preto. “Temos que manter o isolamento domiciliar porque essa é a medida não medicamentosa mais importante que temos”, afirmou o secretário.

O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (Cosems-PR) e secretário da Saúde de Araucária (região metropolitana de Curitiba), Carlos Andrade, acrescentou que o distanciamento, quando possível, é a melhor maneira de evitar a proliferação do coronavírus nos municípios. “Nesse momento é o melhor tratamento, a melhor indicação, o isolamento social, a prevenção. O Paraná vem levando a sério essa medida, o que nos dá margem mais favorável de enfrentamento ao coronavírus. É um apelo para que as pessoas sigam à risca as orientações técnicas”, acrescentou. “Existe a preocupação com questões econômicas, o governo vem discutindo de que forma pode amenizar essas medidas com a população, mas não existe prejuízo maior que a perda da vida”, disse.

Os secretários apresentaram demandas para facilitar o transporte aéreo dos exames para o Laboratório Central do Estado (Lacen), em Curitiba, pediram um levantamento das disponibilidades de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) nos municípios e debateram estratégias de orientação da população (como call centers e campanhas informativas) e a separação de doentes em alas de hospitais ou unidades básicas.

Os secretários estaduais também reforçaram a importância de elaboração e/ou ativação dos planos de contingência municipais para enfrentar a pandemia e do alinhamento da divulgação das informações epidemiológicas, além da necessidade de utilizar os recursos repassados pelo governo federal para o enfrentamento da doença. A Secretaria Estadual da Saúde também vai normatizar, nos próximos dias, como a rede assistencial deve trabalhar para minimizar a sobrecarga do sistema público.

EPI – Uma das principais preocupações da administração estadual e das gestões municipais é com a quantidade de EPIs disponíveis para os profissionais da saúde. No encontro, o chefe da Casa Civil, Guto Silva pediu um levantamento detalhado dos municípios para as próximas nove semanas, até o fim de maio. O Governo do Estado vai ajudar a adquirir materiais e manter os estoques abastecidos conforme os casos da Covid-19 cresçam.

O chefe da Casa Civil também apresentou balanço de outra reunião com servidores responsáveis por compras do Estado. Ele solicitou uma metodologia que contribua para o planejamento de aquisições de materiais médicos, principalmente os EPIs, de modo que todas as cidades e regiões estejam abastecidas.

Segundo ele, o acompanhamento de estoques e das demandas será diário. “Vamos atuar com previsibilidade e antecipação, ordenando compras a partir de um plano de trabalho que compreende ações de curto, médio e longo prazos. A determinação é garantir material para todos os profissionais de saúde do Paraná que atuam no enfrentamento ao coronavírus”, disse Guto Silva.

O secretário estadual de Saúde afirmou que uma das ideias é envolver os consórcios que já têm experiência na aquisição de medicamentos. “Estamos tentando comprar EPIs. Eles estão em falta, a crise é mundial, mas estamos trabalhando para ampliar a margem de apoio do Estado. O governador liberou a compra onde existe esse tipo de equipamento. Queremos buscar o que é possível para ajudar nesse momento”, afirmou Beto Preto.

Carlos Andrade acrescentou que esses equipamentos passaram a ter custos abusivos no mercado mundial e que estão em falta. “Há dificuldade nos municípios em relação à proteção aos servidores, dos profissionais que estão na linha de frente. Esses produtos sumiram do mercado. E os preços estão abusivos. Juntos podemos garantir escala de compra com preço menor”, afirmou.