
De 2014 até agora o setor de segurança privada perdeu quase 100 mil postos de trabalho no País. No Paraná foram cerca de 10 mil postos perdidos no período. Os dados são da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist) que, nesta semana, divulgou o VI Estudo do Setor da Segurança Privada (VI Esseg). O relatório foi apresentado durante a 14ª Feira e Conferência Internacional de Segurança (ISC Brasil 2019), em São Paulo.
De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privadas do Estado do Paraná (Sindesp-PR), Alfredo Vieira Ibiapina Neto, isso é reflexo da crise econômica e política no Brasil nos últimos anos. “Essa crise vem impactando muito o setor”, diz.
O Paraná tem atualmente 26.855 trabalhadores no setor de vigilância e transporte de valores atuando em 206 empresas. Em 2018 o setor faturou R$ 1,6 bilhão no Estado. O salário médio do vigilante paranaense é de R$ 1.736,87, o segundo maior do País.
Impacto
Os números do relatório comprovam que, apesar do aumento da criminalidade, o setor segue em queda. “A crise veio quebrar o mito de que a segurança privada cresce com a criminalidade”, analisou o presidente da Fenavist, Jeferson Nazário. Para ele, os resultados são ruins para o segmento, para a economia e para o governo. “Cerca de 80% do faturamento da segurança pública retorna para os governos municipal, estadual e federal em impostos e encargos sociais. Logo, o governo tem arrecadado menos também”, disse. Para Nazário, são menos vigilantes nas ruas ajudando a garantir a segurança da população e permitindo que os policiais atuem onde de fato são necessários, que é na segurança ostensiva.
Aprovação de estatuto pode minimizar perdas
Segundo o presidente da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist), Jeferson Nazário, a aprovação do Estatuto da Segurança Privada poderia minimizar a queda no setor. “Ele vem regular e fortalecer a fiscalização da Polícia Federal nas empresas, porque existe um universo de clandestinidade muito grande”, explicou. O Projeto de Lei 4238/2012 reúne propostas envolvendo segurança em eventos, proteção da área externa de presídios, segurança de transportes coletivos e outras atividades, e está em trâmite.
Em abril a Polícia Federal realizou uma operação de fiscalização nas empresas de segurança. Segundo o Sindicato das Empresas Privadas do Estado do Paraná (Sindesp-PR), boa parte das empresas que atuam no Estado atuam ilegalmente. “O cliente mal avisado, que não está por dentro da situação, acaba contratando pelo preço (baixo). Muitas vezes, ele (cliente) coloca um meliante dentro de casa ou de sua empresa”, comentou o presidente do Sindesp-PR, Alfredo Vieira Ibiapina Neto na época da operação. Denúncias sobre empresas ilegais devem chegar à Polícia Federal.