SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A sequência de dias com baixa umidade relativa do ar pela qual São Paulo passa, comum para esta época do ano, deve continuar pelas próximas semanas. Já são 34 dias sem chuva na capital paulista, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências, da prefeitura).

De acordo com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de SP), a qualidade do ar atingiu o pior índice dos últimos dez dias na região metropolitana de São Paulo -em três estações de monitoramento, os índices foram considerados muito ruins

O inverno atual está semelhante ao de 2017. “A última chuva foi em 13 de junho, mesmo dia do ano passado, quando tivemos uma sequência de 50 dias sem chuva -até 2 de agosto. Não se vê expectativa de mudança”, afirma Adilson Nazário, técnico em meteorologia do CGE.

A baixa umidade é normal para o período. Desde sexta (13), quando o nível voltou a baixar, foram dois os dias com umidade relativa do ar abaixo de 20% -sexta, com 17%, e segunda (16), com 18%-, o que configura estado de alerta de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Entre 20% e 30% é considerado estado de atenção. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em 2016, 2017 e 2018, até 17 de julho, a cidade de São Paulo teve umidade relativa do ar abaixo ou igual a 30% às 15 horas em 31 dias: 10 em 2016, 17 em 2017 e 4 dias, até agora, em 2018.

Entre 12% e 19% é determinado estado de alerta, e abaixo de 12%, de emergência.

Nesta terça (17), o Inmet registrou 21% de umidade relativa do ar na cidade às 16h. A secura deve continuar pelas próximas semanas.

Segundo Elton Almeida, meteorologista do CPTec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, do Ministério da Ciência), “são valores baixos [de umidade], preocupantes em termos de saúde, mas é esperado para o período.”

Ernesto Alvin, meteorologista do Inmet, explica que as nuvens não chegam a São Paulo por causa de um sistema de alta pressão atmosférica, que bloqueia as frentes frias.

Nazário, do CGE, afirma que tem aumentado a expectativa da ocorrência do fenômeno El Niño no verão, do final deste ano até março. Com ele, deve haver chuvas de maior intensidade nas regiões Sul e Sudeste, o que tende a favorecer o abastecimento de água.

Os três maiores reservatórios da Grande SP (Cantareira, Alto Tietê e Guarapiranga) têm, respectivamente, 54,8%, 54,5% e 66,3% de sua capacidade, ligeira queda em relação ao início do mês, quando eram de 56,5%, 56,5% e 71,6%. O nível do Cantareira (considerando o volume morto) configura estado de atenção, em que é reduzida a retirada de água.