Franklin de Freitas

A greve dos servidores estaduais do Paraná entra no segundo dia sem que tenha um indicativo de consenso. A reunião de negociação entre os grevistas e o governo, agenda para esta quarta-feira, 26, foi cancelada na noite desta terça-feira,26. O governo afirma que não vai negociar com os trabalhadores enquanto eles estiverem em greve. Já os servidores parados defendem a manutenção da paralisação enquanto não houver uma proposta do Palácio Iguaçu.

Os servidores estaduais continuam mobilizados. No período da manhã, a Secretaria registrou adesão total à paralisação em 1,2% das 2.143 escolas estaduais e adesão parcial à paralisação em 31% das 2.143 escolas estaduais do Paraná. Lembrando que adesão parcial considera a ausência de professores e demais servidores administrativos e não significa, portanto, que os alunos ficaram sem atendimento. Os sindicatos ainda não divulgaram os números deste segundo dia.

No primeiro dia, os sindicatos calculam que, no primeiro dia de paralisação, a adesão parcial ou total à greve alcançou 60% do funcionalismo público. Em relação às escolas estaduais, os sindicatos afirmam que greve alcançou uma adesão de 80% no Paraná. A Secretaria de Estado da Educação (SEED) calculou um número inferior: 38,4%. As estimativas somam paralisações totais e parciais.

Com salários congelados há quatro anos e perdas acumuladas calculadas em até 17%, os trabalhadores pedem, ao menos, a recomposição da inflação do último ano: 4,94%, segundo o índice IPCA.

As duas partes afirmam que o diálogo é o caminho para resolver a questão, mas não conseguem se acertar sobre as condições para que isso ocorra. 

O secretário de Comunicação do Paraná, Hudson José, lista uma série de dificuldades financeiras que impede o governo de atender o direito constitucional do funcionalismo à data-base. Segundo ele, o primeiro quadrimestre foi ruim para a economia paranaense, que acumulou perdas sucessivas com a quebra da safra, diminuição da arrecadação e do repasse do Fundo da Participação dos Estados (FPE).