Franklin de Freitas

Sem receber novos lotes, algumas cidades do Paraná começam a paralisar novamente a vacinação da primeira e também da segunda dose contra a Covid-19. Curitiba, por exemplo, vacina nesta terça (27) as pessoas com 63 anos completos nascidas entre 1º de julho e 31 de dezembro e a divulgação do cronograma de vacinação para novas idades depende de avaliação do estoque remanescente e da chegada de novas doses. Em Piraquara, na Região Metropolitana, a aplicação das primeiras e segundas dose foi interrompida nesta terça por falta de imunizantes 

A Secretaria Municipal de Saúde de Piraquara informou que aguarda a chegada de novas doses enviadas pelo Ministério da Saúde para convocar a população para completar a imunização. Durante a manhã desta terça foram distribuídas 400 senhas para o atendimento das pessoas que estavam na fila, os demais foram informados sobre a suspensão temporária. A vacinação de segunda dose não tem relação com o avanço das faixas etárias de 60 e 61 anos no município, tendo em vista que esse público está recebendo a primeira dose da vacina da AstraZeneca. “Lembrando, que os municípios não armazenam as segundas doses conforme Nota Técnica do Ministério da Saúde. A Secretaria Municipal de Saúde já notificou a Secretaria de Estado da Saúde sobre o desabastecimento e aguarda um posicionamento”, diz a nota da prefeitura.

A partir desta quinta-feira (29), Curitiba não terá cronograma de segunda dose de Coronavac para idosos porque os próximos grupos, que seria a partir de 66 anos, foram imunizados com Astrazeneca, que tem prazo de 90 dias para a segunda aplicação. “Independentemente de cronograma, aqueles que eventualmente tiverem na carteirinha como data da segunda dose o dia 29 ou datas posteriores devem procurar um dos pontos de vacinação no dia indicado”, diz nota da prefeitura de Curitiba.

A quinta edição da pesquisa semanal realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) com o objetivo de ter o panorama do enfrentamento da pandemia pelos Entes locais mostra que 30,3% dos municípios do Estado pesquisados, ou seja 73, pararam a vacinação por falta de imunizantes para a primeira dose. A CNM ouviu 241 cidades do Paraná entre os dias 19 e 22 de abril.

Nova nota técnica do Ministério da Saúde sobre atraso de aplicação

Já prevendo o atraso das segundas doses, o Ministério da Saúde divulgou nova nota técnica, divulgada nesta terça- (27) pelo Ministério da Saúde, orienta a população a tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19 mesmo que a aplicação ocorra fora do prazo recomendado pelo laboratório. Atualmente, duas vacinas estão disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI): Sinovac/Butantan, que deve ser administrada em um intervalo de quatro semanas, e AstraZeneca/Fiocruz, com intervalo de 12 semanas. “Essa é a orientação do Ministério da Saúde, que reforça a importância de se completar o esquema vacinal para assegurar a proteção adequada contra a doença”, diz a pasta, em nota. O ministério também diz que é “improvável que intervalos aumentados entre as doses das vacinas ocasionem a redução na eficácia do esquema vacinal”. No entanto, ressalta que os atrasos devem ser evitados “uma vez que não se pode assegurar a devida proteção do indivíduo até a administração da segunda dose”.

Possibilidade de novo lote

O secretário de Estado de Saúde, Beto Preto, disse que nesta quarta (28) participará de reunião no Ministério da Saúde e dos secretários de Estado de Saúde para verificar a distribuição de vacinas anti-Covid, mas adiantou que ainda não há confirmação de novo lote para o Paraná. “Aguardamos para essa semana a chegada de mais doses, mas não está definido. Houve uma interrupção de Coronavac, como o próprio ministro já informou. Existe uma possibilidade de 5 milhões de doses da Fiocruz e, caso seja confirmado, teremos entre 4,5% e 5% deste montante”, afirmou ele. 

O último lote de imunizantes entregues pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná foi na última sexta (23) com 205.130 doses da vacina contra a Covid-19. Os imunizantes integram o 14º lote encaminhado pelo Ministério da Saúde na quinta-feira (22), composto por 166.000 doses da Covishield, produzida pela Universidade de Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, e 39.130 doses da CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan/Sinovac.

Segundo o Vacinômetro do governo do Paraná, atualizado nesta terça, já foram aplicadas 1.658.736 das 1.773.542 das primeiras doses distribuídas. Já da segunda dose, foram aplicadas 903.274 das 1.193.134 ditribuídas pela secretaria de Estado de Saúde.