Lucilia Guimarães/SMCS

A Assessoria da Pessoa com Deficiência começou uma série de treinamentos com os servidores da Secretaria do Governo Municipal, da qual faz parte, com o objetivo de tornar o atendimento público mais inclusivo na Prefeitura.

“A gente fala muito em inclusão, mas precisamos fazer a lição dentro de casa, por isso começamos pela nossa secretaria esse treinamento, que será levado também a outras áreas da Prefeitura”, disse a coordenadora da Assessoria da Pessoa com Deficiência, Denise Moraes.

De acordo com os dados da assessoria, em Curitiba existem cerca de 400 mil pessoas com algum tipo de deficiência. “Se não atendermos bem a pessoa com deficiência, não conseguimos fazer com que ela seja incluída e se sinta acolhida.”

Vivências

Nesta quarta-feira (27/4), um grupo de funcionários da Secretaria do Governo participou da dinâmica que incluiu uma palestra e uma vivência em quatro áreas de deficiências: auditiva, visual, intelectual e física. Durante alguns minutos cada um sentiu as limitações e dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência nas tarefas cotidianas.

Na vivência de deficiência auditiva, os servidores tiveram uma aula básica de libras e fizeram a atividade lúdica de replicar uma mensagem aos colegas, como na brincadeira de telefone sem fio. A mensagem inicial em libras era “Eu trabalho na administração” e chegou ao final como “Eu me enrolo para frente e para traz”, revelando a dificuldade das pessoas com a linguagem.

Bruno Alka Cordeiro é agente administrativo, mas já trabalhou diretamente com o público na Prefeitura e tinha dificuldade em atender pessoas com deficiência auditiva. “Eu resolvi fazer o curso de libras que a Prefeitura oferece e já estou no nível intermediário, assim que tiver tempo farei o avançado também”, comentou Bruno, que está muito mais confiante e agora, mesmo trabalhando em outro setor, vez ou outra é chamado por colegas para ajudar nos atendimentos.

Marcia Oliveira é pregoeira na Secretaria do Governo e, assim como os colegas do grupo, usou uma venda e com o auxílio de uma bengala subiu alguns lances de escada no prédio central da Prefeitura. A ideia, segundo a coordenação, é se colocar no lugar do outro, sentir as dificuldades e assim criar uma empatia com a pessoa com deficiência visual.

Marcia conta que a experiência foi válida. “A gente nunca se coloca no lugar do outro e como na minha família não tem ninguém com algum tipo de deficiência eu não tinha tido contato, agora já sei como lidar e auxiliar uma pessoa com deficiência”, disse.

Para a vivência de deficiência intelectual o exercício aplicado foi um teste de alta complexidade elaborado pelo Ministério de Educação e Cultura. Assim os funcionários experimentaram a dificuldade em responder questões problemáticas, sentido o que uma pessoa com deficiência intelectual passa diariamente.

A dinâmica da deficiência física foi se locomover em uma cadeira de rodas.