O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) afirmaram, em reunião nesta sexta-feira (16) na Câmara Municipal, que entre o início da concessão, em novembro de 2010, e junho deste ano, foi registrado prejuízo de R$ 26 milhões para as empresas.

Representantes do Setransp entregaram aos vereadores da CPI do Transporte Coletivo seis volumes com cerca de duas mil páginas com a contabilidade das onze empresas de ônibus que operam em Curitiba. Segundo o contador Valmir Monbach, assessor técnico do sindicato, o valor do prejuízo valor compreende os três consórcios que compõem a Rede Integrada de Transporte (RIT).

O presidente da CPI, Jorge Bernardi (PDT), afirmou que os dados apresentados não refletem a realidade. A Urbs foi categórica em afirmar que o lucro anual é de R$ 104 milhões, disse. As empresas fazem a distribuição de lucros, têm gastos exorbitantes em itens como táxi-aéreo e concedem empréstimos a terceiros, sócios e outras empresas, declarou, sobre breve análise do relatório entregue nesta manhã.

Monbach, por sua vez, afirmou que o valor repassado pela Urbs como lucro (na planilha da tarifa técnica, item denominado de rentabilidade justa do serviço prestado) não é suficiente para cobrir os custos das operadoras do sistema. A maior despesa, apontou, é com a remuneração de pessoal. O prejuízo também foi atribuído à queda do número de passageiros, dentre outros itens.

Nós vamos analisar o relatório, mas estamos em uma audiência pública e precisamos de números. Estou me sentindo constrangido com a falta de detalhamento e transparência, criticou o vice-relator, Valdemir Soares (PRB). Monbach afirmou diversas vezes, em resposta a questionamentos dos vereadores, que as informações constam nos documentos entregues, que precisam ser analisados por técnicos.

Linhas de investigação

Com o objetivo de tentar baixar a tarifa, a CPI do Transporte Público da Câmara Municipal de Curitiba está focada em quatro linhas de investigação. Uma delas é o suposto lucro excessivo das empresas e o segundo é o processo licitatório, com indícios de irregularidades. Há a desconfiança entre os integrantes do colegiado de que foram concedidos benefícios para empresas que já estavam no sistema.