Divulgação – Marcos Battistella-Presidente do SETCEPAR

Os impactos da pandemia no transporte de cargas e logística são muitos e estão atrapalhando várias empresas no Brasil e no mundo. As perturbações causadas se instalam em quase todas as operações globais. Ações estão sendo aplicadas, mas a solução a curto e médio prazos ainda não está à vista. Prejuízos trazidos dentro e fora da logística, ainda estão sendo calculados e o panorama de melhoria não é tão otimista. Conversamos com Marcos Battistella-Presidente do SETCEPAR-Sindicato das empresas de transportes de cargas e logística do Estado do Paraná.

Fale da sua trajetória como empresário e dirigente de entidades de classe patronal?
“Eu vim para Curitiba há mais de 40 anos, comecei faculdade e assim que eu me formei fui trabalhar na área de transporte. Depois nunca mais sai desse segmento, sempre nesse ramo. Fui complementando minha formação profissional na prática em empresas da família e após isso, por volta de 2010, assumi a BBM-Logística. A partir deste momento foi uma trajetória mais solitária e, hoje, continuo com a empresa, mas com um sócio de um grupo de investimentos que entrou no negócio e fizemos uma sociedade. Hoje a empresa está crescendo numa velocidade muito maior se fôssemos fazer sozinho. E, nesse intervalo, fui convidado a participar da diretoria do Setcepar. Estou na Entidade por 09 anos como diretor e, há 03 anos, assumi como presidente da Entidade. Algo novo para mim e, o que é interessante, é que a participação dessas entidades de classe seja, não só estar lá como sócio ou como diretor, mas sim como um membro efetivamente atuante. Eu acho que participar sempre tem um lado positivo de conhecimento, de desenvolvimento, local de apoio para tirar dúvidas dos associados, troca de ideias, ampliação do relacionamento com outras empresas e pessoas do mesmo segmento, relacionamento com o lado político, tanto a política em si, quanto a política do segmento com outras entidades, seja em nível estadual e nacional. Acho que é muito importante. É uma maneira de fazer o setor crescer, de ajudar as empresas se organizarem e que tenham uma boa assessoria por trás de seus negócios. O foco do Setcepar como entidade do setor, tem por obrigação saber quais as necessidades do segmento e poder disponibilizar isso para os seus associados, a exemplo de assessorias jurídica, tributária, trabalhista e a parte de RH, de contratação e qualificação de pessoal que é muito importante, as tecnologias estão aparecendo e a gente tem que reciclar esse pessoal para poder tirar melhor proveito dessas tecnologias. Acho que esse é um ponto forte que a entidade tem que ter para estar junto aos seus associados”.

Como o senhor avalia a situação atual das empresas de transportes e logística do Paraná?
“A situação atual de empresas de transporte, não só do Paraná, vamos falar em nível de Brasil. Nós temos segmentos que estão bem e segmentos que estão ruins. Por exemplo, o agronegócio, mesmo nesse tempo de pandemia, é um dos setores que está indo bem. Nós tivemos uma safra recorde esse ano. O Paraná está batendo recorde de safra de soja e o porto de escoamento dessa safra é o de Paranaguá. Toda a cadeia logística em volta desse segmento está operando bem. No entanto, outros segmentos que envolvem empresas onde a cadeia logística é mais segmentada, focadas em poucos tipos de serviços, por exemplo, a indústria automobilística, embora tenha ficado parada e agora estão retomando. Essas empresas sentiram muito essa paralisação. As empresas de carga fracionada de transporte de abastecimento de transporte aéreo, são empresas que sentiram bastante em função de falta de carga, principalmente, no que diz respeito ao abastecimento do comércio, porque muitas cidades, praticamente, fecharam e diminuíram os serviços dessas empresas que fazem o abastecimento do comércio em geral. A área de alimentos, ninguém parou de comer ou parou de beber – pararam de ir a restaurantes a fim de evitar contato. Existem segmentos que estão bem, enquanto outros não estão tão bem assim. Alguns, talvez nem sobrevivam a isso, como o próprio comércio que fechou várias lojas, então provavelmente deva ocorrer alguma coisa assim na área do transportes. A grande maioria das empresas que temos contato, até agora estavam usando ao máximo os benefícios que as medidas provisórias que o governo concedeu para que pudesse ser feitas a redução de salários, a redução de carga de trabalho e a suspensão de contratos de trabalho e concessão de férias. Muitas empresas estão usando essas alternativas para evitar a demissão, mas se a economia não retomar logo, vai chegar ao ponto que vão ter que tomar alguma atitude, que provavelmente vai gerar demissões”.

Qual avaliação o senhor faz do Governo do Presidente Bolsonaro?
“Eu não gosto muito de falar de política, porque é discutir opiniões que nem sempre vão ser iguais para todos. Acho é preciso haver entendimento, eu não sou de esquerda, mas a gente torce para que as pessoas que estejam no governo municipal, estadual e federal sejam pessoas corretas e procurem fazer um trabalho pensando em prol do país, para podermos ter uma melhora da qualidade de vida em todos os segmentos da sociedade. Acho que tem que ter um objetivo e tentar trabalhar forte para acabar com corrupção e coisas do gênero. O que a gente vê no governo, tem alguns atrapalhadas no meio do caminho, mas eu acredito que tenha muita pressão sobre ele, então é complicado governar. Muito jogo de interesses, muita gente querendo aproveitar de situações para o ‘toma lá da cá’. Então, eu acho que talvez ele não vá conseguir segurar tudo. Mas a gente não escuta falar tanto de corrupção, em nível de Governo Federal, a gente não ouve falar de invasão de sem tetos, sem terras, então acredito que alguma coisa boa. Precisamos dessas boas notícias. A gente tem aquela mania de dar mais valor às notícias ruins do que as boas, eu acho que a gente tem que pensar sempre o lado bom e buscar as coisas boas”.

Quais ações o senhor acredita que sejam oportunas e necessárias neste momento?
“Eu não sei o que é certo ou o que é errado, nessa época de pandemia. Eu não sei se deveriam fechar tudo por um tempo. Sabemos que a economia precisa girar, as pessoas precisam do trabalho para viver e o país não consegue bancar esse jogo, porque o estado não consegue. O que tem que ser feito precisa ser feito com responsabilidade. Ver o que é realmente essencial e criar formas de fiscalização em cima disso. A gente vê o transporte, que foi colocado como uma atividade essencial, não parou, nem diminuiu em função de problemas de atendimento, comércio não abrindo, etc., mas o transporte não parou. Então, aqui de dentro do segmento, a gente vê muito pouca gente falando sobre os problemas de contaminação dentro do segmento. A gente continua e valoriza o grande trabalho que as entidades realizaram, que as empresas promoveram uma divulgação muito forte para que as pessoas envolvidas tomassem mais cuidado com a saúde, principalmente, e depois com a mercadoria”.

O que poderia viabilizar mais negócios no Brasil?
“O que poderia viabilizar mais negócios no Brasil é a estabilidade. Estabilidade da economia, estabilidade da política, as reformas que estão para ser feitas e que não são feitas – reforma tributária, reforma administrativa – diminuição do tamanho do estado- porque o estado é muito grande e as coisas que precisam ser mudadas. Enquanto nós não mudarmos isso, nós vamos continuar engatinhando e não vamos sair disso. Nós poderíamos estar crescendo, não agora nesse período, mas em períodos normais, nós poderíamos estar crescendo muito. Mas a gente não cresce porque não há estrutura, não tem uma base preparada, não temos uma população preparada para o crescimento, nós temos pessoas que não conseguem ser colocadas e temos necessidade de mão de obra qualificada, porém não temos uma prioridade de ensino, seja no fundamental, saúde, segurança. Então qual a qualidade do aluno você vai formar lá na frente, se não tem nem o básico. Acho que em vez de faculdades, nós deveríamos ter investido mais escolas com ensino técnico profissionalizante, o que seria uma base para depois termos pessoas formadas em faculdades e universidades”.


CURTAS:

*Saúde mental na pandemia: consultora recomenda atividades para relaxar e aproveitar tempo a favor dos planos pessoais. A pandemia tem acentuado a incidência de problemas emocionais. Segundo um relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a crise mental resulta do isolamento forçado, pobreza, apreensão e mortes. Fazer exercícios e manter uma rotina ajuda no equilíbrio emocional. Como explica Mônica Vialle, master coach em lideranças e gestão de tempo, umas das alternativas é tentar usar o tempo ao seu favor, para fazer coisas que não conseguia antes, como aproveitar a família e até mesmo fazer cursos, se aperfeiçoar e transformar a situação em uma oportunidade para o mercado. “Existem vários cursos bons e gratuitos online. Usar o ócio é uma maneira de crescer profissionalmente e ajudar a manter a saúde mental e emocional”, afirma a fundadora da MOOM Consultoria e Coaching.

* O escritório Küster Machado oferece cursos e palestras sobre Relações e Negócios Digitais. Aspectos jurídicos de criptomoedas, blockchain e smart contratcs. Planejamento e consultoria tributária e societária em operações nacionais e internacionais de modelos de negócios baseados em criptoativos. Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica em investimentos com criptoativos. Estruturação de modelos de negócios de exchanges e tradings. Consultoria para empresas que desejam incluir criptoativos como forma de pagamento. Redação de SLA´s, termos de uso, políticas de privacidade e condições gerais para exchanges, smart contracts e demais operações em ambiente digital com base na legislação brasileira vigente. Defesa de direitos na esfera extrajudicial e judicial por danos causados em operações com criptoativos e operações em ambiente digital no Brasil e no exterior. Planejamento tributário e societário de plataformas digitais, startups, equity crowdfunding, crowfunding simples e ICO´s baseadas em operações de blockchain. Professores e palestrantes: Cassius Vinícius Lobo, Filipe Augusto Küster de Lara, Juliana Goetzke de Almeida, Paula Melina Firmiano Tudisco. Mais informações: kustermachado.adv.br


FRASE:

“A verdade de outra pessoa não está no que ela te revela, mas naquilo que não pode revelar-te. Portanto, se quiseres compreendê-la, não escute o que ela diz, mas antes, o que ela não diz.”

(Khalil Gibran)

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