Lucilia Guimarães/SMCS – Medidas tentam reverter queda de passageiros

O transporte coletivo de Curitiba deve passar a contar com tarifas mais baratas fora dos horários de pico até o final deste ano. A previsão é da Urbs, após a aprovação pela Câmara Municipal, na terça-feira (10), do projeto que prevê a adoção de tarifas variáves de acordo com o horário. Com a sanção do prefeito ao projeto, a lei pode entrar em vigor 30 dias após a publicação do Diário Oficial. Os valores a serem aplicados, horários, linhas e data de início da tarifa mais baixa serão definidos por meio de regulamentação específica.

A Urbs também confimou que estuda ainda a possibilidade de criar o bilhete único (por dia, semana ou mês) e implantar um aplicativo de transporte público coletivo por demanda, que pode funcionar por meio de um miniônibus. A bilhetagem única, com integração temporal em qualquer ponto da cidade, também está sendo analisada pela Urbs. O modelo permite ao passageiro pegar mais de um ônibus durante um determinado período de tempo, mesmo fora de terminais, sem pagar nova passagem.

Outra ideia em estudo é a criação de um aplicativo de transporte público coletivo, pelo qual o usuário pode solicitar o veículo e dirigir-se a um dos pontos de ônibus virtuais do sistema. A ferramenta segue a mesma lógica dos demais aplicativos de transporte sob demanda, possibilitando a identificação do motorista, acompanhamento do veículo, previsão de chegada e avaliação da viagem.

Horários
A cobrança de tarifas mais baixas fora dos horários de pico do transporte coletivo deve ser o primeiro projeto a ser implantado. A intenção é cobrar tarifas mais baratas entre 8h30 e 11 horas, entre 14 horas e 17 horas e após as 20 horas nos dias de semana.

“Estamos analisando todas essas possibilidades. O importante é que com esse projeto, depois de uma legislação com mais de 20 anos, que ficou obsoleta, trazemos modernidade para o sistema de transporte de Curitiba”, diz Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbs.

O projeto de lei encaminhado em junho pela Prefeitura à Câmara recebeu um substitutivo do vereador Bruno Pessuti, que acrescentou outras propostas que foram aprovadas pela Prefeitura.

Segundo o presidente da Urbs, a proposta tem o potencial de aliviar o movimento nos horários de pico, com melhor distribuição do uso dos veículos ao longo do dia, diminuindo a ociosidade da frota. A ideia também é tornar o transporte coletivo mais atraente e estancar a perda do número de passageiros no sistema.

Os efeitos positivos para o sistema incluem melhoria da operação e da qualidade do serviço (principalmente nos horários de grande demanda) e melhor distribuição do número de passageiros, com maior conforto aos usuários.

Queda
A adoção dessas medidas é uma resposta à queda de passageiros do sistema de transporte público. Em agosto último, foram 15.356.397 passagens pagas, o pior resultado dos últimos quatro anos, com uma queda de 16% no número de passageiros em comparação com o mesmo mês de 2016.

De acordo com dados disponíveis no site do Sindicato das Empresas de Transporte (Setransp), o mês de agosto perdeu 2.906.494 passagens pagas. Os relatórios também apontam, mês a mês, que a projeção da Urbs para o número de pagantes é sempre menor do que o concretizado. Com isso, as empresas reclamam de defasagem constante para manutenção do sistema.