Luiz Costa/SMCS – Seis linhas de Curitiba começam a operar com preço mais baixo nesta quarta

Curitiba começa a testar a tarifa diferenciada fora do horário de pico do sistema de trabnsporte coletivo. A partir desta quarta-feira (16), a novidade começa a ser introduzida em linhas da Urbs que atendem exclusivamente a Capital. Com preço de R$ 3,50 para os horários das 9 às 11 horas e das 14 às 16 horas (apenas para pagamento com o cartão-transporte), a tarifa diferenciada será aplicada, inicialmente, em 17 linhas — 14 convencionais e três alimentadores — que atendem cerca de 80 mil pessoas por dia.

A implementação, contudo, ocorrerá de forma gradativa. A partir de hoje, por exemplo, a tarifa R$ 1 mais barata fora dos horários de pico passa a valer para as linhas 212- Solar, 213 – São João, 214 – Tingui, 265 – Ahú-Los Angeles, 461- Santa Bárbara e 965 – São Bernardo. Ao todo, essas linhas atendem 18 mil passageiros por dia.

Presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto explica que a tarifa diferenciada tem três objetivos. O primeiro é atrair mais usuários, que irão pagar menos pela passagem. O segundo é reduzir a demanda nos horários de pico, gerando mais conforto aos usuários do sistema. E o terceiro é melhorar a gestão operacional da frota, reduzindo a ociosidade do sistema – as linhas selecionadas têm queda média de 21 a 27% no movimento em horários entre picos, enquanto a queda média do sistema total é de 18%.

Para a realização dos primeiros testes com a tarifa diferenciada, a Prefeitura de Curitiba informou ter escolhido linhas que cruzam muitos bairros, têm um bom vole de passageiros e uma diferença acentuada entre o número de usuários no horário de pico e fora dele.

Segundo o presidente da Urbs, a flexibilização deve trazer também a diminuição da demanda nos horários de pico, o que pode gerar mais conforto para os usuários. Haverá impacto positivo na gestão operacional da frota, com melhor distribuição do uso dos veículos ao longo do dia, diminuindo a ociosidade do sistema.

Tarifa reduzida nas linhas a partir desta quarta

212 Solar
213 São João
214 Tingui
265 Ahu/Los Angeles
965 São Bernardo
461 Santa Bárbara

Tarifa reduzida nas próximas semanas

285 Juvevê/Água Verde
380 Detran/Vicente Machado
661 Lindóia
662 Dom Ático
666 Novo Mundo
860 Vila Sandra
870 São Braz
176 Tanguá
387 Palotinos
470 Guabirotuba
760 Santa Quitéria

Comec testa tarifa mais barata desde setembro
No último dia 9 de outubro completou uma semana de operação da linha de ônibus metropolitana C03-Pinhais Guadalupe com tarifa diferenciada (R$ 3,90, 60 centavos mais baixo que a tarifa convencional) fora dos horários de pico. Com a novidade, segundo informações da Metrocard, empresa responsável pelo cartão transporte das linhas metropolitanas, houve aumento em torno de 2 mil passageiros, o que representa cerca de 2% da demanda total da linha. A tendência, diz a empresa, é que os números aumentem com o tempo.

Procurada, a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) afirmou que não tinha dados prontos sobre a operação, mas que considera precoce qualquer análise neste momento, já que os testes na linha seguem até o dia 29 de novembro.

A tarifa diferenciada em teste pele Comec vale entre 9 e 11 horas; 14 e 16 horas e das 20 horas até meia-noite. A linha foi escolhida por contar com veículos articulados, que podem comportar um número maior de passageiros com o possível aumento da demanda nos horários de menor movimento. Atualmente, cerca de 9 mil usuário utilizam essa linha, que sai do Terminal de Pinhais e segue até o Terminal do Guadalupe, no Centro de Curitiba.

Os testes seguirão até o dia 29 de novembro. Caso a experiência seja positiva, a Comec poderá ampliar a redução da tarifa para outras linhas. “Faremos um trabalho de forma muito responsável, já que se trata de um sistema que transporta 460 mil passageiros, são 195 linhas. Então é preciso responsabilidade com relação ao impacto financeiro”, disse o presidente da Comec, Gilson Santos, na época o lançamento da medida.

A ação busca combater dois grandes problemas enfrentados pelo transporte coletivo: a lotação dos veículos em horários de pico e a subutilização no contra pico. Nesses horários, quase metade da frota volta para as garagens devido à baixa demanda, o que também acaba ampliando os custos da operação. “É uma ação de inteligência que além de trazer economia para a população, otimizará a nossa frota”, destacou Santos.