SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A voz suave de Tássia Reis, 29, cabe em diferentes sons como o rhythm & blues, o rap, o trap e gêneros brasileiros como o samba. Em seu terceiro disco, “Próspera”, que a Folha disponibiliza em primeira mão, ela faz toda essa reunião aliada a letras leves e otimistas.


Ativista em algumas letras, Reis acha que o momento pede outras experiências. “Meu disco agora tem mais a ver com se cuidar. A gente precisa se cuidar, principalmente por causa desse momento político que vivemos. Já está bem difícil, mas temos de estar fortes para aguentar o que ainda virá”, afirma a cantora.


A cantora lançou seu primeiro álbum em 2014 e o segundo, em 2016, “Outra Esfera” e acha que nem precisa falar sobre racismo ou feminismo para criar uma música politizada. 


“A arte já gera um questionamento independentemente se estou falando sobre alface ou sobre a lua. A minha visão de mundo passa por vários lugares e pode passar pela política, mas tudo o que uma jovem negra de 29 anos fizer e que for fora do padrão já é um ato político em si”, afirma. 


Reis conta que sempre escuta a intuição e foi aprendendo melhor a lidar com o tempo, por isso esse disco vem sendo gestado desde 2015. “Comecei a trabalhar nele até antes de ‘Outra Esfera’ porque achei que eu deveria fazê-lo com calma. Ano passado que comecei a organizar as faixas escritas, completando outras”, revela.


Em entrevistas anteriores, Reis já falou de suas diversas influências que passam por Ray Charles (1930-2004), Lauryn Hill até Tim Maia e grandes nomes do samba. Ela conta que se mantém conectada e seu disco tem diversas referências aos novos nomes do R&B.


‘Tem alguns resgates lá de 2000 também. Por exemplo, ‘Pode me Perdoar’ foi mais inspirada em Destiny Child, mas eu curto muito a Cardi B., que é mais pesadona e propõe coisas realmente novas. Mesmo que nomes já consagrados como Erikah Badu quando lançam algo novo, é sempre algo inovador”, avalia.


Para este disco, Tássia formou um conjunto de novos talentos, dando espaço a diferentes estilos, como Fabriccio, Monna Brutal, Froid, Preta Ary e Melvin Santhana. 


“Fui sentindo o que cada som pedia”, conta Tassia. “A Monna Brutal, por exemplo, é para mim a revelação do hip-hop e do trap no Brasil. A conheci no ano passado e fiquei apaixonada, ficamos amigas desde então”, conta. “Sempre chego uma ideia inicial, mas a pessoa vem sempre com a visão dela sobre tema. É incrível o poder de criação de cada pessoa pode ter”.