Os primeiros depoimentos de quatro testemunhas ouvidas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHP)  apontam para o mesmo homem que teria feito ameaças pouco antes do ataque a tiros que deixou dois feridos no acampamento pró-Lula, no Santa Cândida, na madrugada de sábado (28). Segundo os depoimentos, o homem, em um carrro sedan preto, passou em frente ao acampamento xingando os miltantes e gritando o nome de um pré-candidato a presidente. De acordo com relatos, os acampados então soltaram fogos de artifício e alguns jogaram pedras no carro do homem. Ele, então, parou o carro a aproximadamente cinco metros do local, desceu e foi na direção do acampamento. Os militantes, com medo, apontaram fogos de artifício para o suspeito, que gritou que voltaria para matar todos do acampamento. 

Segundo as testemunhas, quinze minutos depois, um homem chegou a pé no local, gritou "perdeu" e disparou pelo menos 20 tiros de pistola 9 milímetros.  Nenhuma testemunha disse ter certeza que o mesmo homem que ameaçou foi o que atirou,alegando que a correria foi grande durante o ataque. 

 

Márcia Koakoski, 42,  uma das feridas com estilhaços de um banheiro químico que foi baleado a acertaram no ombro, mas sem gravidade. Ela prestou depoimento a polícia ainda na tarde de sábado (29) e confirmou que os  acampados ouviram gritos de ameaça e fogos foram usados pelos vigias do local para espantar o grupo de pessoas de fora. ​"Um grupo gritando ameaças, dizendo que iam voltar e iam matar aquelas pessoas. Foi uma situação delicada, as pessoas levantaram, ficamos todos assustados. Os ânimos foram se acalmando porque várias vezes, o tempo inteiro na realidade, o acampamento foi objeto de ofensas", afirma.

O sindicalista Jefferson Lima de Menezes, 38, que atuava como vigia, foi atingido de raspão no pescoço. Ele já deixou a UTI, mas não tem previsão de alta e não foi ouvido pela polícia ainda. Internado no Hospital do Trabalhador, ele não está mais entubado desde o início da tarde deste domingo (29). Segue estável e pôde receber várias visitas, que foram liberadas a entrar de 2 em 2.  Irmão e esposa, que estão em Curitiba, foram informados do bom quadro clínico.

Imagens – A Polícia Civil do Paraná obteve imagens de câmeras de segurança que mostram o suspeito fazendo disparos contra o acampamento de manifestantes solidários ao ex-presidente Lula .De acordo com o delegado titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Curitiba, Fábio Amaro, o suspeito chegou em um carro preto modelo sedan e foi caminhando até o acampamento. Depois de efetuar os disparos ele fugiu.  A DHPP pede para quem tiver qualquer informação sobre o caso pode ligar no telefone 0800-643-1121. A ligação é gratuita e anônima.    

O acampamento está localizado no bairro de Santa Cândida, a cerca de 750 metros da sede da Polícia Federal do Paraná, onde Lula cumpre pena de 12 anos e um mês desde o último dia 7.