Os testes da fase 3 da vacina russa Sputnik V não devem acontecer antes de fevereiro no Paraná. Essa informação consta do relatório da frente parlamentar da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) que acompanha a pandemia do novo coronavírus e foi repassada nesta manhã e terça-feira, 15 de dezembro, no jornal da Globo News durante entrevista ao governador Ratinho Junior (PSD).

O governador explicou que em agosto, o governo do Paraná assinou um convênio com a Rússia para transferência de tecnologia e produção da vacina pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). Em setembro, o laboratório paranaense informou que planejava iniciar os testes ainda em outubro. No entanto, o governador afirmou que essa fase seria iniciada apenas após a conclusão da fase 3, anunciada pela Rússia nesta segunda-feira, 14. “E quem irá definir qual será essa data é a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, afirmou Ratinho Jurnior ao ser questionado sobre a data.  “Eu não vou fazer do Paraná um povo cobaia. Nós vamos sim avançar nas vacinas que tiverem qualquer tipo de comprovação científica”, disse.

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), afirmou ainda que o Tecpar só vai tomar alguma medida e ação se tiver todos esses dados cientificamente comprovados para ter algum avanço”, afirmou.

O relatório da Frente Parlamentar do Coronavírus aponta na conclusão dos estudos que não importa se vacina será de um instituto ou indústria russa, chinesa, americana ou europeia, o importante é que ela se mostre segura, eficaz e tenha aval da Anvisa, seja por meio de autorização para uso emergencial ou por registro definitivo, diz o documento.

O documento ressalta que o Estado do Paraná precisa de um plano estadual de vacinação e que deve se preparar para adquirir vacinas, caso seja necessário suprir ou complementar a estratégia que será adotada pelo Programa Nacional de Imunização, pois de acordo com os deputados o Estado dispõe de recursos para isso, se necessário for. Mesmo que o Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunização, tenha a obrigação de disponibilizar doses de vacinas ao Paraná, isso será feito em etapas, de forma escalonada, e respeitando grupos prioritários.

Os parlamentares concluem ainda que o estado não precisa esperar o governo federal se há condições de imunizar a população por conta própria. “Portanto, recomenda-se que o Paraná formalize acordos de intenção de compra de doses com vários fornecedores de vacinas promissoras, mesmo que ainda não tenha aval da ANVISA. Isso porque esses documentos não atrelam à obrigatoriedade de compra e não dependem de desembolso financeiro, mas colocam o Paraná na lista de prioridades das fabricantes. Contudo, caso seja necessário, o Paraná sai na frente pois já tem uma relação estabelecida”, diz o documento.

Além disso, o fator preço não pode ser um impeditivo para aquisição de doses. O Paraná tem R$ 200 milhões reservados para compra de vacinas contra a COVID-19.

No documento, os parlamentares pedem que os governos federal e estadual deem mais transparência aos procedimentos que estão sendo adotados para organização deste grande desafio, que será a vacinação em massa contra o Coronavírus. “Só assim também conseguiremos uma boa adesão da população, que sofre com ameaças constantes de notícias e movimentos anti-vacina”, diz o documento em que os parlamentares ressaltam ainda que cabe aos poderes combater o negacionismo e fazer uma campanha massiva de esclarecimento e incentivo à vacinação.