Felipe Giubilei – “Bernardes: u201cA aceitau00e7u00e3o por pessoas de diferentes idades u00e9 uma surpresau201d “

Tim Bernardes surgiu no cenário musical de maneira discreta e, quando menos esperava, foi alçado à categoria dos artistas mais respeitados da atualidade. Quando a banda da qual é vocalista, O Terno, começou a conquistar espaço no cenário independente, principalmente após o lançamento do primeiro álbum, denominado 66, o reconhecimento veio de forma acelerada. O trabalho angariou conquistas nos prêmios Multishow e VMB (da MTV), além de ser elogiadíssimo pela crítica, entrando na seleta lista dos melhores do ano da revista ‘Rolling Stone’.  
E o cenário se repetiu quando Tim decidiu lançar o seu primeiro álbum solo, ‘Recomeçar’, em setembro de 2017. Novamente, o artista se viu incluído entre os trabalhos mais relevantes do ano, fazendo parte de, praticamente, todas as listas de melhores álbuns daquele ano. Mas nada que mudasse o jeito tranquilo e eloquente do rapaz.
Em passagem por Curitiba com a turnê do ‘Recomeçar’, Tim demonstrou, durante um bate-papo com a equipe do Bem Paraná, que o sucesso, quando bem administrado, não sobe à cabeça. O artista se apresenta hoje, em Curitiba, em duas sessões, no Teatro do Paiol.
Bem Paraná – ‘Recomeçar’ faz bastante sucesso, não apenas com os jovens, mas também com outras faixas etárias. Isso foi uma tônica durante a gravação?
Tim Bernardes — Não, fiz sozinho todas as composições do álbum, de maneira intuitiva. Essa aceitação por fãs, e por pessoas de diferentes idades, acabou sendo uma surpresa muito boa.

BP — Alguma das composições do álbum chegou a ser criada ou pensada para fazer parte do repertório do O Terno?
Tim —
As músicas do Recomeçar foram compostas por mim de maneira aleatória, algumas mais recentes, outras mais antigas. Mas como eram ideias mais intimistas, eu fui deixando elas guardadas, para usar em algum momento. E justamente por serem criações mais pessoais, não cheguei a pensar em incluir nenhuma delas no repertório da banda.

BP — Então o álbum, de certa forma, foi pensado de maneira conceitual?
Tim —
Sem dúvida. Eu não tinha um plano, uma data, de quando fazer um trabalho solo, ou algum material diferente. Mas, quando percebi que as canções dialogavam entre si, e se complementavam muito bem, reuni essas músicas e decidi realizar o projeto. Achei que fosse o momento certo para isso.

BP — Todo o processo de gravação do álbum, incluindo aí a utilização de sopros e cordas, foi bastante elogiado. Alguns veículos chegaram mesmo a apontar que a parte instrumental lembrava a trilha de um filme. Foi uma parte do trabalho, já construída durante o processo de composição, ou só se estruturou durante a gravação?
Tim —
 Os caminhos da instrumentação surgiram na minha mente, durante a realização das composições. Mas só ficaram prontos, de fato, durante a gravação em estúdio. Foi quando as ideias despontaram de forma mais clara, e quando pude perceber o que funcionaria ou não. Isso ajudou a buscar novas possibilidades.

BP — No último álbum solo do Paulo Miklos, “A Gente Mora no Agora”, seu nome aparece em duas composições. Como é esse processo de parcerias para você? Já recebeu muitos convites?
Tim —
 No caso do Paulo, aconteceu de forma natural. Ele tinha ideia de uma música e me mandou para que eu avaliasse. Retrabalhamos juntos e surgiu “Samba Bomba”. Mas eu entreguei pra ele “Eu Vou”, pois achei que casaria muito bem com a proposta do álbum dele. Agora, sobre outras parcerias, eu, particularmente, prefiro compor sozinho, pois acho mais fácil.

BP — E o que você pode adiantar do show em Curtiba? Alguma surpresa reservada ao público?
Tim —
A ambientação do cenário foi criada de modo a imitar um quarto, e meu objetivo é de que o show seja o mais intimista possível. No repertório, eu incluí músicas do Jards Macalé, do Belchior e do Black Sabbath. E devo tocar algumas canções do Terno também.

Serviço:
Tim Bernardes@Curitiba
Quando: Hoje . sessão 1: 18h, sessão 2: 20h30
Onde:  Teatro do Paiol ( Praça Guido Viaro, s/n – Prado Velho, Curitiba)
Quanto: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia-entrada | válida para estudantes ou para quem doar um quilo de alimento não-perecível*)