O travesti Andréia Albertini está de volta. Após o incidente com o atacante Ronaldo, no fim de abril, Andréia se viu envolvido em nova polêmica, não no Rio de Janeiro, mas em sua terra natal, Ribeirão Preto, interior de São Paulo. E o caso, mais uma vez, foi parar na delegacia. Andréia e um colega travesti alegaram que não teriam recebido por um programa sexual com um médico residente, de 28 anos; já o médico afirmou que teria sido vítima de tentativa de assalto ao prestar socorro a uma delas na avenida Nove de Julho, um dos cartões postais da cidade. Houve agressões físicas mútuas. Depois do registro do boletim de ocorrência (termo circunstanciado de lesão corporal dolosa mútua), no 1º Plantão Policial, todos foram liberados.

O incidente ocorreu na madrugada de hoje (24). Andréia disse à reportagem que era o primeiro dia que fazia programas na cidade, mas ele teria começado na segunda-feira (21). Na versão de Andréia (o nome verdadeiro é André Luiz Ribeiro Albertino), o médico teria combinado um programa (valor não divulgado) com ele e com outro travesti (Tiffany Tilli), mas no drive-in não houve relação sexual. “Ele (médico) queria ser mais mulher do que eu”, disse Andréia. E completou que no retorno ao ponto, na Nove de Julho, o cliente não queria pagá-los e aí ocorreu a troca de socos.

Na versão do médico (nome não divulgado) à polícia, ele teria visto “uma mulher” passando mal no canteiro central da avenida e, ao parar para indagá-la do ocorrido, “outra” (travesti) teria usado o cinto de segurança de seu carro como arma para tentar assaltá-lo. Aí teria ocorrido o confronto. Um carro da Polícia Militar passava pelo local e levou todos para a delegacia. “Fui eu quem chamou a polícia”, garantiu Andréia.

Sem parentes em Ribeirão Preto, de onde saiu na infância para o Rio, o travesti disse que optou pela terra natal porque “tem calor, homem bonito e pagam bem”. “Quem sabe, não encontro um usineiro, um fazendeiro ou até outro jogador de futebol?”, comentou ele. O travesti disse que seguirá sem rumo, “um pouco aqui, um pouco ali”. Se diz uma “Kopenhagen (chocolate) nas prateleiras da Nove de Julho” e, sobre a saída do Rio, resume: “Saí porque existem travestis ‘invejosas’ por verem a minha estrela brilhar.” No próximo domingo (27), na Parada Gay de Ribeirão Preto, disse que só participa se for convidado como “destaque”.