Arquivo Bem Paraná

O enfrentamento do coronavírus nas instituições de ensino superior no Paraná incluem medidas que vão desde a formação de comissões de acompanhamento e isolamento de possíveis suspeitos até aulas remotas.  Nesta quinta-feira, 12, ocorre a primeira reunião da comissão de trabalho da Universidade Federal do Paraná (UFPR). De acordo com portaria publicada, o trabalho do grupo é acompanhar e controlar a propagação do coronavírus na instituição. Em portaria, a administração determina o prazo de 90 dias, prorrogáveis, para que sejam apresentadas ações, programas e projetos, tanto de prevenção e acompanhamento, como de medidas de contenção da propagação do COVID-19.

A comissão é formada por seis servidores docentes e técnicos administrativos da universidade e presidida pelo professor do departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Emanuel Maltempi de Souza. Fazem parte do grupo as professoras Lucy Ono, do departamento de Patologia; Sônia Mara Raboni; do setor departamento de Saúde Comunitária; Cristina Oliveira Rodrigues, do departamento de Pediatria, a médica Elis Cristina Marques e o superintendente de comunicação Carlos Alberto Martins da Rocha. 

Isolamento

Outra medida adotada pelo Colégio Positivo e também pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) foi recomendar aos alunos que viajaram para países que já enfrentam surto da doença que permaneçam em isolamento domiciliar por um período de 14 dias. A PUC, inclusive, montou uma Central do Coronavírus para orientar os estudantes que retornam de viagem. O telefone é (41) 3271-1515 (selecione a opção 0) ou o e-mail [email protected].

“No Carnaval, que passou agora, muitas famílias estavam com viagens programadas e foi quando o surto atingiu a Europa, um destino turístico bastante procuramos. Mandamos uma carta de conscientização para os pais, adicionando que quem viajou para áreas de risco para que não enviassem as crianças para a escola, por uma questão de humanidade. Foi uma sugestão, não proibimos a entrada. Creio que fomos pioneiros. Depois, várias escolas em São Paulo seguiram a mesma conduta”, afirma Celso Hartmann, diretor do Colégio Positivo.

Sinepe

O Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR) relata que ainda no começo de fevereiro encaminhou a toda a rede privada uma série de recomendações e explicações sobre o Covid-19. Entre as medidas sugeridas estão a presença de álcool gel nas portas das salas de aula e que os alunos passassem a utilizar garrafas de água individuais, em vez dos bebedouros.

“Hoje estamos meio que ladeados de doenças: coronavírus, sarampo, dengue, meningite… Então pedimos para as famílias que, caso notassem qualquer alteração nas crianças, para que avisem a escola. Não sabemos o que pode vir, mas esatamos seguindo as normativas do Ministério da Saúde”, explica Esther Cristina Pereira, presidente do Sinepe.

Ainda segundo ela, ainda é prematuro falar sobre antecipação das férias de julho ou suspensão das aulas por algum período. “O Ministério da Saúde está fazendo estudos, pensando nessa questão. Mas vamos aguardar, porque se isso acontecer, vai vir uma medida. Hoje recebemos um documento, pode acontecer em cidades específicas, com mais casos”, afirma.

Em Curitiba, no entanto, já há instituições preparadas para uma situação dessas, em que haja necessidade de suspensão das aulas por conta do risco de contágio. É o caso do Colégio Positivo, que há 10 anos, quando houve a epidemia de Gripe A (H1N1), chegou a suspender as aulas por duas semanas.

“É uma possibilidade que trabalhamos, adiantar as férias, recesso de julho. Se isso acontecer, não vamos deixar os alunos desamparados. Vamos publicar aulas online, cobrar exercícios, fazer com que não diminuam o ritmo de aprendizado. Espero que não aconteça, mas estamos preparados”, comenta Celso Hartmann, diretor do Colégio Positivo. “Minha preocupação maior é agora, que vem outono e inverno”, ressalta.