Franklin de Freitas

Reunidos nesta quarta-feira (11) com representantes da Reitoria, estudantes que participam da ocupação dos departamentos de Licitações e Contratações (DELIC) e de Logística (DELOG) concordaram em levar ainda netsa quarta para apreciação do grupo a proposta de desocupar o espaço. 

Segundo a assessoria da UFPR, eles acataram o argumento da Reitoria de que está em curso um processo de fiscalização nos Restaurantes Universitários pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que resultará num relatório sobre a real situação dos restaurantes.

A Reitoria também argumentou sobre a necessidade de desocupar a unidade para evitar risco de atraso no pagamento de funcionários terceirizados de vários setores da UFPR – uma vez que todo o processo de medição necessário para os pagamentos depende  do trabalho de servidores do DELOG. Na área ocupada funcionam três gerências e três divisões administrativas da UFPR, responsáveis por serviços como malote, protocolo, apoio à fiscalização de serviços terceirizados, importações, licitações e gestão de contratos. Todos esses serviços encontram-se suspensos.

A reunião durou duas horas e meia e foi realizada por iniciativa da Reitoria. Participaram o chefe de gabinete da Reitoria, Paulo Opuszka; os pró-reitores de Assuntos Estudantis, Maria Rita de Assis César, e de Planejamento, Orçamento e Finanças, Fernando Mezzadri; o pró-reitor de Administração em exercício, Luiz Fernando Nadolny; e representantes do Diretório Central dos Estudantes, da Associação dos Professores da UFPR e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior (Sinditest-PR).

Os representantes da UFPR explicaram os limites para a atuação da universidade no que diz respeito aos RUS, por se tratar de um contrato de terceirização. Questões trabalhistas, por exemplo, são de responsabilidade da empresa que administra os restaurantes. Ao mesmo tempo, reiteraram que a UFPR tem exercido com rigor o papel de fiscal do contrato e realizado os ajustes que estão na sua área de competência. 

Foi o que ocorreu, por exemplo, no RU do campus Jardim Botânico, onde a UFPR fez uma série de adequações para atender recomendações feitas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) depois de um acidente de trabalho. No fim de março, o MPT decidiu pelo arquivamento da denúncia que deu origem ao processo, reconhecendo que foram realizadas “as adequações necessárias nos três caldeirões autoclavados, dois caldeirões americanos e dois fogões industriais, cumprindo assim o exigido”.

Desde 6 de abril, o MPT realiza inspeções em todas as unidades do RU em Curitiba. “Existe um pacto, firmado com o MPT por todas as partes envolvidas, de que vamos esperar o relatório dessas inspeções”, disse o chefe de gabinete da Reitoria, Paulo Opuszka. “A UFPR não vai atropelar o processo. Vamos cumprir o pacto feito com o MPT e aguardar o documento”, completou a pró-reitora Maria Rita de Assis César.

A pró-reitora destacou ainda a permanente disposição da UFPR para o diálogo com os estudantes que integram a Frente de Frente de Apoio à Luta dos Trabalhadores Terceirizados (FALTT), recebidos mais de uma vez para tratar do assunto.

Durante a reunião ficou encaminhada também a criação de uma comissão de desocupação, com a participação da Reitoria e dos estudantes, à qual caberá vistoriar a área ocupada depois da saída dos alunos.

Avaliação dos RUs

A UFPR tem quatro restaurantes universitários em Curitiba, nos campi Centro Politécnico, Central, Agrárias e Jardim Botânico. Somadas, elas servem em torno de 10,5 mil refeições por dia.

Uma pesquisa que acaba de ser concluída pela Comissão Própria de Avaliação da UFPR, sobre a avaliação da estrutura física e serviços da universidade, mostra que os RUs são bem avaliados por docentes e servidores técnico-administrativos. Na média, eles receberam nota 7,73.