SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nos últimos anos, a consolidação das plataformas de streaming mudou a maneira de se consumir música. De olho nesse cenário, a Universal Music Brasil aposta em novas maneiras de vender produtos relacionados aos artistas do selo.


A gravadora anunciou a plataforma Universal Music Store, na quarta (26), dedicada à venda direta de produtos a fãs ou pequenos empresários -sem o intermédio de lojas.


Mais do que CDs ou DVDs, contudo, a plataforma mira em produtos colecionáveis e memorabilia. Com isso, a Universal entra nos segmentos de decoração e moda, oferecendo desde bonés e camisetas até almofadas e canecas personalizadas com as marcas dos artistas do selo.


“Tenho DNA digital, mas viemos lançar uma plataforma de produtos físicos. Chega a ser paradoxal”, diz Paulo Lima, presidente da Universal, na coletiva de apresentação do projeto. “O físico não acabou, ele está renascendo, se transformando. A experiência do fã vai muito além de escutar música no celular.”


Em um primeiro momento, a plataforma vende objetos como cooler do Zeca Pagodinho, camisetas de Guns N’ Roses e Rolling Stones, almofada do Charlie Brown Jr. e quadro de Sandy & Junior, por exemplo.


A dupla, aliás, já havia vendido 600 caixas -que reúnem seus 16 CDs-, em celebração da turnê de retorno apenas uma hora e meia depois que a plataforma foi inaugurada.


“Não é uma camiseta estampada com a capa do CD do Tim Maia, é uma arte personalizada”, explica Lima.


A loja da Universal também traz relançamentos de clássicos em vinil. Entre eles estão “Domingo” (1967), de Gal Costa e Caetano Veloso, o terceiro disco, autointitulado (1972), de Tim Maia, “Elis & Tom” (1974), de Elis Regina e Tom Jobim, e “Djavan” (1978), de Djavan.


“A gente espera crescer em uma taxa de 20% ao ano, mas depende deste primeiro momento”, comenta Lima, que prevê a abertura de um novo mercado de produtos físicos na música.


Na nova mentalidade da gravadora, os artistas funcionam como marcas, podendo render diferentes produtos, de acordo com o desejo dos fãs e consumidores. Nessa lógica, mais importa o caráter colecionável do produto do que exatamente a sua função principal -como o caso de um LP.


“Muita gente nem abre o produto, só quer ter em casa”, diz o presidente da companhia. “Um vinil é uma experiência, não é só apertar um play no celular.”