Dálie Felberg/Alep

Coordenador da Frente Parlamentar de Combate ao Coronavírus da Assembleia Legislativa, o deputado estadual e ex-secretário da Saúde, Michele Caputo, prevê que a vacina Coronavac deve estar disponível aos brasileiros a partir de janeiro de 2021. Hoje e amanhã, parlamentares da frente farão visitas ao Instituto Butantan e à direção da Pfizer no Brasil em São Paulo. O Butantan, pelo governo de São Paulo, e o Sinovac Life Science (laboratório chinês) assinaram o contrato que prevê o fornecimento de 46 milhões de doses da vacina Coronavac. O documento contempla ainda a transferência de tecnologia da vacina, que deverá ser produzida integralmente no próprio Instituto Butantan a partir de 2021.

Fábrica
“O estudo clínico da CoronaVac chegou à fase final, os resultados dos testes clínicos estão previstos para a primeira semana de dezembro e a previsão é a de que, até janeiro de 2021, as doses estejam disponíveis para os brasileiros. A frente vai se reunir com a diretoria do instituto para conhecer mais sobre essa vacina e apresentar mais detalhes aos paranaenses e ao governo do Estado”, afirmou o deputado. A comitiva da Assembleia também vai conhecer a estrutura da fábrica de vacinas do Butantan, que hoje já é responsável pela produção da vacina contra a gripe utilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O espaço deve também produzir a CoronaVac.

Urgência
A Câmara Municipal de Curitiba aprovou ontem regime de urgência para a votação de projeto encaminhado pelo prefeito Rafael Greca (DEM) na última segunda-feira à Casa, que prevê reajuste salarial de 3,14% para os servidores públicos da Capital. Com a aprovação, a proposta deve ser votada em primeiro turno, em plenário, já na próxima terça-feira. O percentual proposto, segunda a prefeitura, equivale ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado entre outubro de 2019 e setembro de 2020.

Impacto
A reposição aos servidores da administração direta, autarquias e fundações públicas será retroativa a 31 de outubro, com efeito na folha de pagamento de novembro. A justificativa do reajuste, com impacto financeiro neste ano de R$ 22,5 milhões e, em 2021, de R$ 139 milhões, é que o percentual “não oferece riscos ao saneamento das contas públicas”

Privilégios
Relator do projeto que barra os supersalários no serviço público, o deputado federal Rubens Bueno (Cidadania) afirmou ontem, durante debate na Câmara, que “discutir a reforma administrativa sem cortar privilégios de alguns setores é inaceitável”. O evento, organizado pela Frente Parlamentar da Reforma Administrativa, discutiu a importância da votação imediata do projeto que regulamenta o teto salarial servidores públicos, equivalente ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje em R$ 39,2 mil.

Penduricalhos
“Quando recebemos os dados para preparar o relatório conseguimos ver a quantas anda a imoralidade no pagamento de salários do Brasil. Não tem nada a ver com o servidor público geral, que ganha salário modesto, mas com uma cúpula. No Judiciário e no Ministério Público é uma coisa absurda do ponto de vista moral.”, disse Bueno, que lamentou que justamente os que deviam zelar pelo respeito a Constituição e fiscalizar o seu cumprimento são justamente os que mais inventam penduricalhos para burlar o teto salarial do serviço público. Ele lembrou ainda que seu relatório aguarda pela votação em plenário desde 2018 e pediu a ajuda de parlamentares e do governo para pressionar pela inclusão da matéria na pauta.