
A vacina contra febre amarela pode ser aplicada em idosos? Nas redes sociais, internautas estão em dúvida sobre isso e não apresentam um consenso. O assunto vem à tona porque a doença voltou a aparecer no Paraná e em São Paulo. E, sim, ela pode ser aplicada em idosos, mas mediante uma avaliação médica.
“Idade acima de 60 anos não é uma contraindicação para receber a vacina. A vacinação nessa faixa etária requer avaliação médica, devendo ser observadas a presença de morbidades que contraindiquem a vacinação e análise cuidadosa de risco versus benefício. Justifica-se realizar a vacina quando o idoso residir ou viajar para área com risco de transmissão de febre amarela”, diz a médica Elise Botteselle de Oliveira, médica de Família e Comunidade e mestre em Epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Segundo ela, os eventos adversos da vacina mais comuns são dor local, mal-estar, cefaleia, dores musculares e febre baixa, o que ocorre em 2 a 5% dos vacinados, por volta do 5º ao 10º dia. Essas manifestações duram de 1 a 2 dias. Muitos dos eventos relatados após a vacinação constituem-se em sinais e/ou sintomas de diversas doenças frequentes na população, por isso nem sempre é possível distinguir os que são causados pela vacina e os causados por outros problemas coincidentes temporalmente – daí a necessidade de uma avaliação médica.
Os eventos adversos graves são raros e incluem as reações de hipersensibilidade, doença neurológica aguda (encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do sistema nervoso central e periférico) e doença viscerotrópica aguda (infecção multissistêmica generalizada, semelhante às formas graves da doença).
A vacina contra febre amarela é a medida mais importante e eficaz para prevenção e controle da doença.