Franklin de Freitas

O secretário de Estado de Saúde do Paraná, Beto Preto, disse na noite desta quinta (16) que ainda aguarda um posicionamento do Ministério da Saúde sobre a vacinação contra covid de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. “Fomos surpreendidos pela mudança do protocolo do Ministério da Saúde sobre a vacinação dos adolescentes. Ainda estamos debatendo o assunto com o Ministério da Saúde. Mas quero fazer um alerta: Temos que trabalhar com os municípios e somente avançar se houver a quantidade de vacina necessária. Não vamos gerar pânico, não vamos tomar nenhuma medida equivocada. Vamos aguardar os próximos capítulos. Tenho certeza que vamos resolver isso”, disse o secretário. Ele lembrou que quem compra vacina é o Ministério da Saúde e por isso o Estado depende do envio de doses para o planejamento. 

A declaração do secretário aconteceu logo depois da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) manter a aprovação da vacina contra covid-19 da Pfizer para adolescentes de 12 a 17 anos. A informação consta em boletim emitido pelo órgão na noite desta quinta-feira, 16, e vem após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, orientar a suspensão da vacinação de adolescentes sem comorbidades. “Com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações da bula aprovada, destacadamente, quanto à indicação de uso da vacina da Pfizer na população entre 12 e 17 anos”, diz a Anvisa, que cita a liberação do imunizante para a mesma faixa etária em países como Estados Unidos, Reino Unido e também na União Europeia. “Benefícios da vacinação excedem significativamente os seus potenciais riscos”, lembra o órgão.

Mais cedo, Queiroga orientou a suspensão da aplicação de imunizantes em adolescentes sem comorbidades, mesmo para aqueles que já tomaram a primeira dose. O ministro falou em falta de “evidências científicas sólidas” e citou um caso de óbito de adolescente após receber o imunizante. Em seguida, ponderou a falta de relação causal comprovada entre a morte e a vacina. Em nota, a Anvisa esclarece que a liberação do imunizante da Pfizer para adolescentes se deu após a apresentação de estudos de fase três com dados de segurança e eficácia e, ainda, reforçou a falta de informações sobre o óbito citado por Queiroga. “No momento, não há uma relação causal definida entre este caso e a administração da vacina. Os dados recebidos ainda são preliminares e necessitam de aprofundamento para confirmar ou descartar a relação causal com a vacina”, diz a agência. “Todas as vacinas autorizadas e distribuídas no Brasil estão sendo monitoradas continuamente pela vigilância diária das notificações de suspeitas de eventos adversos”, acrescenta.

Já a vacinação de adolescentes com comorbidades deve ser concluída com a segunda dose, orientou Queiroga na coletiva de hoje. A Pfizer é a única vacina aprovada pela Anvisa para aplicação em adolescentes de 12 a 17 anos.

Prefeitura de Curitiba vai seguir Ministério

Logo após a divulgação da nova orientação do Ministério da Saúde na manhã desta quinta (16), a Prefeitura de Curitiba informou que vai seguir a orientação. Mais tarde, inclusive, anunciou a vacinação de terceira dose no sábado (18). Serão contemplados idosos com 70 anos ou mais que completaram o ciclo de imunização até o dia 23 de março. São aqueles que já atingiram 180 dias ou mais da data de aplicação da segunda dose.

Também poderão receber a dose de reforço neste sábado pessoas imunossuprimidas que completaram a imunização até o dia 22 de agosto, ou seja, já completaram 28 dias ou mais da segunda dose. Serão atendidos, transplantados de órgão sólido em uso de imunossupressor, transplantados de medula óssea, pessoas vivendo com HIV/Aids, pessoas em tratamento de quimioterapia e outras condições de imunossupressão.