A disponibilização das doses de vacina contra a gripe, geralmente iniciadas a partir de março pela rede particular, neste ano deverá ocorrer praticamente junto com a da rede pública, a partir da segunda quinzena de abril. Em vários laboratórios consultados pela reportagem, a informação é de que houve atraso na entrega por parte da indústria. No Ministério da Saúde, embora ainda não haja uma definição sobre a data da campanha nacional de imunização, a informação é de que os detalhes estão na fase final. No ano passado, a campanha nacional teve início no dia 25 de abril. 

Sem uma data definida, os laboratórios iniciaram o cadastramento dos interessados em comprar uma dose. Em apenas uma semana, o sistema de cadastro do Laboratório Fischmann Aisengart já contabilizava 220 inscritos. A indústria não explicou o motivo do atraso. Não sabemos se o atraso ocorreu apenas com a entrega ou a fabricação, diz Milton Zymberg, diretor do Laboratório.
Entre os empresários do setor, especula-se que, como a vacina é importada, o motivo do atraso é alta do dólar. Como o mercado de câmbio passou por um período de grande instabilidade, é possível que a importação tenha sido postergada a espera de uma acomodação do mercado de câmbio.
Sobre o preço que a dose deverá ter, os laboratórios consultados acreditam que não deva ocorrer uma grande majoração, mesmo com a oscilação do dólar. No máximo deve haver a reposição da inflação. No ano passado, a dose da vacina custava entre R$ 60 e R$ 70.

Tetravalente — A Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou uma nova vacina contra a gripe, mais segura e eficaz. Com uma composição diferente do ano passado, a vacina ganhou mais uma cepa do tipo B do vírus da gripe e agora é tetravalente. No entanto, essa versão será encontrada apenas na rede privada. De acordo com Jaime Rocha, infectologista do Laboratório Frischmann Aisengart, essa mudança é muito positiva. Estima-se que 25% das gripes sejam causadas pelo vírus B e, por isso, essa ampliação é tão importante.
A vacina pode ser aplicada em qualquer época do ano. O ideal é que a vacina seja aplicada o quanto antes, o que confere proteção precoce, fala Rocha. A vacinação apresenta até 90% de eficácia, tem efeitos protetores com duração de 8 a 12 meses, os quais não iniciam imediatamente após a vacinação, mas depois de 2 a 4 semanas. O infectologista alerta que quem tomou a vacina no ano passado deve se vacinar novamente neste ano.