Franklin de Freitas

O deputado estadual Homero Marchese (PROS) anunciou ontem que pode recorrer à Justiça caso a direção da Assembleia Legislativa não tome providências para impedir que manifestantes ocupem as galerias das Casa e vaiem os parlamentares durante seus discursos no plenário. Na véspera, Marchese não conseguiu concluir seu discurso sobre o projeto do governo do Estado que acaba com a licença-prêmio para futuros contratados do Executivo, e transforma o benefício em licença-capacitação para os atuais servidores.

Policiais
O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), alegou que não teve como garantir a palavra a Marchese porque entre os manifestantes haviam muitos policiais e agentes de segurança. “Lamentavelmente é impossível nós barrarmos a entrada de pessoas aqui nas galerias. Não há nenhum ordenamento jurídico que nos permita impedir a entrada de pessoas nas galerias. Tomamos todas as garantias possíveis. Grande maioria eram policiais civis e agentes de segurança”, disse o tucano, relatando que 75 armas foram retidas na entrada da Assembleia com os policiais e agentes que participaram da manifestação contrária ao projeto do governo. “Eu tentei conter, mas é impossível. Não consigo segurar manifestações dessa natureza. Qualquer atitude poderia causar um transtorno ainda maior. Tomo cautela para quem ninguém venha a entrar aqui armado e cause pânico”, argumentou Traiano.

Operação Déjà-vu
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual de Londrina, prendeu ontem o prefeito de São Jerônimo da Serra, João Ricardo de Mello (PPS) e seis empresários acusados de fraude em licitações, corrupção e falsidade ideológica, na Operação Déjà-vu. Segundo o MP, o prefeito, que foi afasta do cargo, é acusado de chefiar um esquema de fraude em licitações de diversas secretarias municipais, com destaque para irregularidades ligadas à compra de peças e manutenção da frota de veículos oficiais da prefeitura.

Compras
Também foi presa uma pessoa que intermediava negociações. O vice-prefeito Laércio Pereira Correia, a secretária municipal de Saúde e um servidor da administração do município foram afastados do cargo por liminar judicial. O vice, a secretária e um servidor também foram afastados dos cargos por determinação da Justiça. Correia também foi preso em flagrante por posse ilegal de arma, mas pagou fiança e foi em seguida. De acordo com as investigações, a prefeitura comprava uma quantidade de produtos acima do necessário ou itens desnecessários, sobretaxava os valores ou faziam licitações para sustentar a aquisição ilegal de produtos.

“Laranjas”
Ação conjunta do MP e da Polícia Civil cumpriu ontem 11 mandados de prisão temporária e 26 mandados de busca e apreensão em oito municípios da região Oeste do Estado – Missal, Cascavel, Terra Roxa, Guaíra, Diamante do Sul, Pérola d’Oeste, Roncador e Catanduvas. A operação, batizada de Retro Case, apura fraudes a licitações para aquisição de peças de reposição para máquinas pesadas. Entre os presos estão empresários, servidores públicos e “laranjas”.

Usados
s fraudes incluem direcionamento de licitações, superfaturamento de preços, pagamento por peças não fornecidas e entrega de peças usadas como se fosse novas. Somente em Missal, a licitação mais recente envolve contrato de R$ 1,8 milhão, valor injustificável em relação à quantidade de máquinas que o município possui.