Reprodução / Tony Garcia

A delação do ex-deputado Tony Garcia, composta por áudios e vídeos gravados por ele, além de documentos, deram base para o inquérito apresentado ao juiz da 13.ª Vara Criminal de Curitiba, Fernando Bardelli Fischer, para que autorizasse a prisão do ex-governador Beto Richa (PSDB), da ex-primeira dama Fernanda, do irmão de Beto, José Richa Filho, o Pepe Richa, e da cúpula do governo tucano dos últimos sete anos.

Conforme revelou o procurador Leonir Batisti, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, Tony Garcia procurou o MP em maio deste ano. “Ele (Tony) já tinha uma situação de colaboração na Justiça Federal e estava com alguma pendência. Então ele pretendia que isso tudo fosse resolvido”, disse. 

A partir disso, começaram as investigações que culminaram em um acordo de delação, seguido da prisão do ex-governador, no âmbito da Operação Rádio Patrulha, que apura desvios de recursos em obras e ações de recuperação de estradas rurais, entre 2012 e 2015. O acordo de delação foi homologado em julho deste ano. Veja a íntegra do relatório da delação

Gaeco afirma que há provas

De acordo com Leonir Batisti, o Gaeco conta com "provas patentes" e está recebendo "novas informações a cada momento". "Temos provas patentes e a pessoa admitir pouco interfere", disse. “Algumas pessoas silenciaram, não quiseram declarar nada, especificamente, o ex-secretário Pepe Richa. Outras pessoas admitiram algumas coisas, que a rigor não é possível negar e acrescentaram algumas informações", disse o coordenador do Gaeco. 

Batisti afirma que o Gaeco conta com "provas patentes" e está recebendo "novas informações a cada momento". "Temos provas patentes e a pessoa admitir pouco interfere", disse. Richa, Fernanda, Pepe e outros presos na operação já começaram a ser ouvidos em depoismento aos procuradores. “Algumas pessoas silenciaram, não quiseram declarar nada, especificamente, o ex-secretário Pepe Richa. Outras pessoas admitiram algumas coisas, que a rigor não é possível negar e acrescentaram algumas informações", disse o coordenador do Gaeco. 

"Família Richa" divulga nota:

"Nota da Familia Richa

No Estado Democrático de Direito equilibrado e justo, ninguém está acima ou abaixo da lei, e sempre que houver violação, é, sim, de se responsabilizar, com muito rigor, na esfera criminal, civil e administrativa, quem, de forma ditatorial, se acha dono absoluto da verdade, sem ouvir o outro lado e VAZA ou de qualquer forma concorre para reproduzir na mídia
VAZAMENTOS ILÍCITOS de dados processuais sigilosos, colocando em descrédito a integridade que se espera dos profissionais do Direito e abalando a imagem das Instituições.

Faz-se necessário e impostergável apurar e punir, com rigor, esses episódios que só servem para colocar pedras no caminho, criar obstáculos à solução pacífica de conflitos, incitar a discórdia e violar princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, do devido processo legal, da ampla defesa, da presunção de inocência e do direito de preservação da honra e imagem da história de vida de cada um, de sua família e do próprio Estado.

O Juiz competente pode perfeitamente identificar notícias de vazamento sigiloso e seletivo de dados na mídia, e determinar, de ofício, a imediata instauração de inquérito policial para apurar referidos crimes de vazamento, fixando prazo máximo razoável para sua conclusão e com ciência à respectiva Corregedoria para atuação interinstitucional.

Acredita-se, com muita fé, que muitos assassinatos de reputação, com efeitos nefastos seriam evitados, e os ideais de Justiça, Respeito e Paz voltariam a fazer parte das nossas vidas, de nossas famílias e da sociedade, como um todo.

Ao invés de jogar pedras, pedimos a Deus, que nos dê serenidade, nestes momentos de inigualável e indescritível constrangimento ilegal, tortura e linchamento moral, com vazamentos de conteúdo criminoso, reproduzidos em veículos nacionais, há 23 dias da eleição, para ainda assim, semear a paz, acreditar que a Justiça existe, que a mentira, a traição, a injustiça e o oportunismo político, às vésperas da eleição, serão esclarecidos e devidamente punidos, no seu devido tempo. A responsabilidade de cada um, nos limites de sua culpabilidade, deve ser objeto de rigorosa punição, mas jamais com métodos coercitivos, abusivos e inquisitoriais.

Familia Richa."