As vendas de imóveis novos em Curitiba, em agosto desse ano, tiveram alta de 13,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, totalizando em torno de 500 unidades comercializadas. Os dados são da última pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR), em parceria com a BRAIN Bureau de Inteligência Corporativa, que revela ainda que os imóveis no padrão supereconômico (com preço de até R$ 200 mil) e superluxo (com preço acima de R$ 2 milhões) foram os responsáveis pela alta. O estudo é o mais completo do setor de incorporação imobiliária para Curitiba e região.

Se em agosto de 2015 nenhum apartamento supereconômico foi vendido, no mesmo mês desse ano 320 unidades no padrão foram comercializadas. Ainda para o mesmo período, a quantidade vendida de apartamentos superluxo aumentou de 1 para 10. Isso evidencia a importância do crédito para o mercado imobiliário. Ainda que ele tenha ficado mais restrito para as atividades econômicas, no Minha Casa Minha Vida continuou fluindo numa proporção maior do que nos outros segmentos. Já para a compra de apartamento no padrão superluxo, o financiamento não é um fator decisivo para a compra, explica a presidente da Ademi/PR, Aline Perussolo Soares.

Apesar das vendas mais aquecidas nos referidos padrões, na análise do estoque – que em agosto teve nova queda, chegando a 8.262 unidades, com redução de 22,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado e de 4,1% em relação a julho – as categorias que mais contribuíram para a queda foram outras, conforme a pesquisa realizada pela Ademi/PR em parceria com a BRAIN. Atualmente, o estoque de imóveis novos encontra-se no mesmo volume apurado em 2011.

Na análise dos últimos 12 meses, tendo agosto como mês de referência, os apartamentos econômicos (de R$ 200.001,00 a R$ 250 mil) foram os que apresentaram a maior redução no estoque, da ordem de 77,6%, passando de 1.719 para 384 unidades. O estoque de studios, lofts e apartamentos de um dormitório teve queda de 34,3%, passando de 2.436 para 1.599 unidades. Já os apartamentos standard (de R$ 250.001,00 a R$ 400 mil) tiveram o estoque reduzido em 31,2%, passando de 2.856 para 1.964 unidades.

Nossa estimativa era de que a disponibilidade, ou seja, o percentual de unidades disponíveis para a venda em relação à oferta inicial, atingisse os 25% no fim do ano, entretanto, isso aconteceu já em agosto. Fica claro que o ciclo de ajustes do setor de lançamentos imobiliários chegou ao fim, sinalizando que os próximos empreendimentos virão a preços maiores, ressalta o diretor de Pesquisa de Mercado da Ademi/PR, Fabio Tadeu Araújo.

Preços – O preço médio do metro quadrado privativo para os imóveis novos em Curitiba ficou em R$ 6.695,56 em agosto desse ano, valor 5,2% maior do que o mesmo mês de 2015, conforme a pesquisa da Ademi/PR e da BRAIN. Considerando os últimos 12 meses, os apartamentos de quatro dormitórios lideraram o índice de reajuste, com correção de 13,2% e metro quadrado privativo a R$ 10.252,00, em média.

No acumulado do ano, até agosto, os imóveis novos em Curitiba contabilizaram reajuste de 3,1%. Destaque para os apartamentos com três dormitórios, com correção de 4,1% e preço médio do metro quadrado privativo a R$ 6.609,00. Na variação mensal, o metro quadrado privativo foi atualizado em 0,8%, puxado pelos apartamentos de três dormitórios.

Na análise por bairro para o respectivo mês, o Batel continua a deter o maior valor do metro quadrado privativo para todas as tipologias, com metro quadrado privativo a R$ 10.520,00 para os apartamentos de um dormitório; de R$ 11.243,00 para os de dois dormitórios; de R$ 10.951 para os de três dormitórios e de R$ 12.127 para os de quatro dormitórios.

A pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) e da BRAIN Bureau de Inteligência Corporativa, em agosto de 2016, contou com uma amostra de 376 empreendimentos e 8.262 apartamentos residenciais novos (na planta, em construção ou concluídos) à venda por construtoras, incorporadoras e imobiliárias em Curitiba, coletados diretamente junto às empresas do setor.