BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – A noite de terça (22), que antecedeu a marcha desta quarta-feira (23) na Venezuela, conclamada pela Assembleia Nacional para pedir a renúncia do ditador Nicolás Maduro, voltou a ser violenta, como a madrugada anterior.
Foram reportados protestos em algumas localidades do país além de Caracas, nos municípios de El Valle, Catia, Los Mecedores e El Junquito. A maioria desses lugares tem predominância de eleitores chavistas, tradicionalmente. Também se ouviram panelaços por toda a capital.
A repressão esteve presente por meio das Faes (Forças de Ações Especiais), do Conas (Comando Nacional Antiextorsão e Sequestro), da Polícia Nacional e da Guarda Nacional Bolivariana. Há um morto confirmado, o jovem Allixon PIzani, 16, que participava de uma manifestação com queima de pneus, em Catia.
Já nesta quarta, as ruas amanheceram calmas, com grupos começando a se mobilizar. A perspectiva de que choverá ao longo do dia, por ora, não desanima os organizadores, que vêm convocando as pessoas por meio da internet.
Nas estradas que dão acesso a Caracas, foram colocadas barreiras para controlar a entrada de manifestantes. Na via que une El Junquito à capital, houve enfrentamento com a Guarda Nacional e uso de armas de fogo. Ainda não há confirmação de mortos ou feridos.
Em San Felix, ao sul do país, foi incendiada uma estátua de Hugo Chávez. O busto apareceu horas depois, dependurado num poste da cidade.
O protesto ocorre nesta quarta em homenagem à data em que foi derrubada a ditadura de Pérez Jimenez, em 23 de janeiro de 1958.