ARTUR RODRIGUES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma proposta de decreto legislativo, de autoria do vereador Gilberto Natalini (PV), que já conta com 21 assinaturas tem objetivo de anular a regra que estende a ex-prefeitos os serviços de segurança pessoal prestados pela Polícia Militar.
Segundo o decreto do Executivo, revelado pela Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (5), o ex-prefeito terá direito ao serviço pelo período de um ano a partir do momento em que deixar o cargo. Doria deve deixar a prefeitura no início de abril para concorrer ao governo do estado, e poderá desfrutar da proteção policial durante o período em que eventualmente estiver em campanha. 
O projeto de decreto legislativo ainda precisa ser votado. Natalini diz ter conseguido duas assinaturas a mais do que o necessário para dar entrada no pedido. Agora, a aprovação depende de 28 votos. 
O documento conta com vereadores da oposição, mas também da base do prefeito, como as ex-secretárias de Assistência Social, Soninha Francine (PPS); e de Direitos Humanos, Patrícia Bezerra.
De acordo com a assessoria de Natalini, Fernando Holiday (DEM), do Movimento Brasil Livre,  Claudio Fonseca (PPS), Police Neto (PSD) e Eduardo Suplicy (PT), também estão entre os signatários. 
Natalini afirmou no documento que os vereadores não devem deixar dinheiro público arcar com a segurança pessoal do prefeito. “O país trava uma guerra para acabar com privilégios que diferenciam funcionários públicos do cidadão comum e a Câmara não pode ficar omissa diante deste decreto que vai na contramão do caminho que o Brasil quer e precisa trilhar”, escreveu Natalini.  O texto também diz que não seria correto mobilizar policiais militares em meio a uma crise da segurança no país. 
PASSO ATRÁS
O prefeito deu um passo atrás nesta quarta-feira (7) em relação ao decreto assinado por ele.
Em vídeo divulgado em redes sociais, prefeito prometeu devolver todo o valor correspondente aos cofres públicos da cidade. Os policiais militares que fazem a segurança do prefeito (e agora de ex-prefeitos) são pagos pelo governo do estado e tem suas gratificações custeadas pelo município.
“Reembolsarei a prefeitura de São Paulo integralmente o valor mês a mês correspondente a esse serviço. Exatamente como faço com o meu salário”. Doria disse que os reembolsos serão acompanhados pela Controladoria Geral do Município.