Franklin de Freitas – Efetivo incluirá helicópteros

A Polícia Militar pretende revistar as pessoas que estiverem com mochilas ou em atitude suspeita na manifestação programada para o próximo domingo, no Centro de Curitiba. O objetivo, segundo o coronel Hudson, é evitar o uso de objetos como arma ou instrumento de confronto entre os próprios manifestantes e a PM.

Na última segunda-feira, um protesto contra o racismo inspirado nas manifestações que vêm ocorrendo nos Estados Unidos, que começou pacificamente na praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), acabou em “quebra-quebra” e confronto entre manifestantes e a polícia, no Centro Cívico. Já após o final do ano inicial, que reuniu cerca de 1,2 mil pessoas, sem registro de incidentes, um grupo de participantes intitulados antifascistas decidiu sair em passeata até o Palácio Iguaçu, onde arrancaram a bandeira brasileira e a queimaram.

O grupo saiu então em direção ao centro, quebrando portas e janelas de vidro, fachadas de bancos, do Fórum e da sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e do shopping Mueller. A PM reagiu com bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantes. Oito pessoas foram detidas. Os organizadores do movimento original apontaram a suspeita de ação de “infiltrados”.

Segundo o coronel Hudson, a PM já vem fazendo um levantamento com dados da inteligência e em conjunto com a Guarda Municipal fará no domingo, a segurança dos manifestantes e das pessoas que transitem pela área central. “Estamos preparados para que não ocorra nova situação de confronto entre os manifestantes e danos ao patrimônio público e privado”, afirmou.

De acordo com o oficial, diante da pandemia o ideal seria que as pessoas evitassem aglomerações e não realizassem esse tipo de ato. “Nós não indicamos a manifestação. O interessante fosse que não ocorressem em função da pandemia. Mas as pessoas, em optando por isso, a Polícia Militar estará lá pronta para dar segurança”, disse.

“É importante ressaltar que as pessoas que se aproximarem do local de início, na praça Santos Andrade, essas pessoas que estiverem com objetos ou em atitudes suspeitas serão ser revistadas. Com mochilas e objetos que possam ser usadas como arma”, apontou ele. “Não levem mochila, garrafas de vidro não serão permitidas”, pediu o coronel.

À paisana – De acordo com a PM, a corporação terá vários policiais à paisana infiltradas entre os manifestantes, “com o intuito de identificar pessoas que estejam promovendo desordem, entrar em contato com a viatura de policiamento ostensivo e essa pessoa ser identificada e responsabilidade pelo ato que eventualmente promover”.

Além disso, a movimentação será monitorada com câmeras de segurança, que vão captar as imagens para a identificação de pessoas que, eventualmente, comentam algum crime.

O coronel relatou que os líderes do movimento foram chamados para uma reunião com a PM, mas não compareceram. A expectativa, de acordo com os dados reunidos pela inteligência da polícia, é que o ato comece novamente na praça Santos Andrade e parta em passeata até o Centro Cívico.

O efetivo incluiria agentes da Tropa de Choque, Tropa de Rotam e tropa regular, aeronaves, motocicletas. Hoje, as viaturas já estão nas ruas orientando as pessoas que têm alguma obra, com entulho, caçambas em frente às suas empresas, que removam, para que pessoas má intencionadas usem contra a PM.

Sobre a possibilidade de grupos rivais aos manifestantes também decidirem realizar um protesto no mesmo dia, o coronel afirmou: “Não é o momento de provocação, de discórdia. Divergências existem, mas a gente tem que evitar esse tipo de situação”, pediu ele. “Se as pessoas forem para se manifestar com o objetivo contrário àquela manifestação, que façam em outro ponto, para evitar esse tipo de confronto, que ninguém quer”, defendeu.

Assista no vídeo abaixo trecho da entrevista do coronel Hudson: