Hamilton Zambianki

Cerca de 200 vans escolares fizeram uma carreata e muito buzinaço em Curitiba nessa sexta-feira (dia 1º de maio). O cartaz que convoca a manifestação avisa: “Carreata em prol da categoria do transporte escolar. Concentração a partir das 11 horas ao lado do museu Oscar Niemeyer. Vamos mostrar que esse é o nosso trabalho e que dependemos dele para sobreviver. Vamos ter consciência e seguir todas as recomendações da OMS e a lei estadual 20189/2020”. 

O Sindotec, que assina o cartaz, também divulgou um texto pedindo que os pais dos alunos das vans não parem de pagar as mensalidades do serviço de transporte. “Queridos pais, não nos abandonem”, diz. “Respeitem a data de vencimento das mensalidades do transporte escolar”, afirma. “Estamos ansioso para voltar a trabalhar. Na contagem regressiva para essa pandemia terminar e com toda segurança retornar”, explica o Sindotec — Sindicato dos Operadores de Transporte Escolar em Curitiba.

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O protesto não pede a reabertura das escolas. Um dos objetivos da manifestação é pedir apoio dos Governos Federal, Estadual e Municipal, com linhas de crédito, auxílio emergencial e isenção de taxas no período da pandemia.

Eliane Santos da Cruz, que mantém uma van em conjunto com a família, conta que tinha 45 passageiros antes do fechamento das ecolas por conta do coronavírus. “Dez pais cancelaram o contrato com a gente. E só 15 estão pagando, mas apenas 50% do valor”, contou. “E precisamos desse dinheiro para pagar nossas contas”, desabafou.

As vans passaram por bairros centrais de Curitiba, entre eles Centro Cívico e Rebouças.

A manifestação provocou reclamações. A professora Sandra Nodari entrou em contato com a reportagem do Bem Paraná para reclamar do barulho. “Não consigo trabalhar. É Dia do Trabalhador e estou trabalhando, mas está difícil”, disse ela, que contou que ligou para o 190 e registrou ocorrência por poluição sonora. “Pode fazer manifestação, mas ficar a tarde inteira aqui parado no Centro Cívico é complicado”, criticou. O problema, segundo ela, é que as vans ficaram paradas na região e buzinando sem parar.