Roraima registrou oito casos de sarampo neste ano, além de outros 29 que estão sob investigação. A situação deixa os brasileiros em alerta e chama à atenção para a baixa cobertura vacinal. O Brasil recebeu, em 2016, o certificado de eliminação da doença pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), mas o vírus voltou a circular devido à falta de vacinação de parte da população e a entrada de pessoas não vacinadas no país. Na Europa o número de casos de sarampo aumentou em 400% em 2017, em comparação com o ano anterior, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que classifica a situação como uma "tragédia" na saúde pública. Após uma baixa recorde em 2016, com 5.273 casos, o índice saltou para mais de 20 mil. Destes, 35 morreram. Tanto a tríplice viral quanto a tetravalente (contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora) estão disponíveis na rede pública e privada. A vacina é o principal meio para combater a doença. A população precisa ser conscientizada sobre a importância da imunização para interromper essa cadeia de transmissão do vírus. O sarampo é a doença mais transmissível entre os seres humanos, passada para outra pessoa por via respiratória e com grande potencial de causar doenças secundárias, como a pneumonia e a encefalite. A doença apresenta muitos riscos, especialmente para os adultos que não tenham recebido as duas doses da vacina que são recomendadas. Dados do Ministério da Saúde mostram que a cobertura da segunda dose é baixa, em torno de 76% em média no Brasil. A meta é atingir os 95%. Muitos jovens no país nunca tiveram contato com o sarampo e isso pode dar a falsa percepção de que não há motivos para se vacinar. No entanto, a maioria dos vírus e bactérias que se manifestaram em décadas anteriores ainda circulam, mesmo que de forma mais restrita. Se as pessoas não forem imunizadas, eles podem voltar a ser disseminados novamente. É exatamente a ampla vacinação que faz com que esse tipo de doença se torne rara. Por ser uma vacina com vírus vivo atenuado, a primeira dose deve ser aplicada em crianças a partir dos 12 meses de vida, e a segunda, a partir dos 15 meses. O Ministério da Saúde recomenda que adultos até 29 anos tomem a segunda dose, caso não tenham terminado o esquema vacinal. Já adultos entre 30 e 40 anos precisam de apenas uma única aplicação. A proteção conferida pela vacina é alta. Mais de 90% das pessoas que recebem as duas doses criam um bloqueio duradouro contra o vírus. Além disso, ela é bastante segura para a população indicada. Para quem não tomou as duas doses da vacina, o ideal é consultar um profissional de saúde para saber se tem alguma contraindicação.
Sintomas
Mais comum na infância, o sarampo vem acompanhado de tosse, febre alta (acima de 38,5ºC) durante 2 ou 3 dias, com o aparecimento de manchas na pele, olhos avermelhados, e secreção purulenta. A doença pode evoluir e atingir outros órgãos, como os pulmões, os olhos e o ouvido, podendo levar à pneumonia ou doenças associadas que, se não tratadas, podem causar a morte da vítima. As manchas avermelhadas na pele aparecem primeiro no rosto e depois espalham-se em direção aos pés. O sarampo não coça, tal como acontece em outras doenças como catapora e rubéola. Pode haver ainda dor de cabeça, dor abdominal, vômitos, diarreia e dores nos músculos.
Tratamento
Não existe um remédio para o tratamento do sarampo. As medidas para tratar a doença passam por medicamentos para diminuir a replicação e a força do vírus no organismo, além do uso de analgésicos e, sobretudo no caso de crianças, a aplicação de doses de vitamina A, já que tal substância entra em queda quando a pessoa é acometida pelo sarampo. A internação só é recomendada em casos com agravamento, como se a pessoa com sarampo apresentar um quadro de pneumonia, por exemplo.
*Jaime Rocha é infectologista da Unimed Curitiba.
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