A Ascensão da Gastronomia Vegana em Curitiba

Esse tipo de comida não apenas chegou como fincou raízes na capital paranaense

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Em Curitiba, capital do Paraná, onde o frio costuma dar o tom das estações e o pinhão reina nos mercados, um fenômeno discreto — mas persistente — vem redefinindo a forma como a cidade se alimenta. Não se trata de uma moda passageira, nem de um nicho excêntrico.

É a gastronomia vegana, e ela não apenas chegou — fincou raízes. Em 2024, segundo dados da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), 14% dos brasileiros se declaram vegetarianos ou veganos. Em Curitiba, esse número saltou para 18%. Um dado. Um sinal. Uma tendência em curva ascendente.

Foto: Divulgação

Curitiba, solo fértil para o novo prato

Por que Curitiba? Talvez seja o clima de vanguarda, talvez seja o perfil educacional da cidade — que abriga algumas das maiores universidades do sul do país — ou talvez seja o espírito de coletividade enraizado em seus bairros.

De qualquer forma, os números não mentem: entre 2019 e 2024, a quantidade de restaurantes exclusivamente veganos ou com cardápio plant-based aumentou 240% na cidade, de acordo com um levantamento feito pelo portal VegCuritiba. O que antes era um “cantinho alternativo” no cardápio de cafés descolados virou o prato principal. Literalmente.

Sim, há falácias. Ainda há quem pense que o veganismo se resume a salada e tofu sem graça. Engano comum. Em Curitiba, chefs como Fabiana Munhoz e Caio Barros mostram que o prato vegano pode ser sofisticado, complexo, e repleto de camadas — de sabor e de conceito. No restaurante Semente Urbana, um escondidinho de jaca defumado rouba a cena. No Templo Veg, o hambúrguer de grão-de-bico com maionese de castanha do Pará é campeão de pedidos — até entre carnívoros assumidos.

Tecnologia, privacidade e pratos sem origem animal

Curiosamente, enquanto muitos curitibanos procuram por refeições veganas nos bairros do Batel, Alto da XV ou no centro histórico, fazem isso usando redes privadas virtuais (VPN). A tecnologia, que antes servia majoritariamente para proteger dados corporativos, agora também é uma ferramenta para quem busca privacidade ao explorar novos estilos de vida.

No geral, qualquer pessoa que valorize a privacidade deve baixar aplicativos VPN para PC e outros dispositivos. Apenas um aplicativo VPN para IOS pode permitir que você peça serviços e produtos mais baratos, conecte-se com segurança a redes Wi-Fi públicas e evite vigilância. A chave para tudo isso são aplicativos VPN de um provedor confiável, como o VeePN.

Aliás, a ligação entre tecnologia e gastronomia vegana em Curitiba vai além da navegação privada. Aplicativos de delivery têm sido os maiores catalisadores dessa mudança de paradigma. Plataformas como iFood e Rappi revelam um crescimento contínuo nos pedidos de pratos veganos na capital paranaense — algo em torno de 70% a mais nos últimos dois anos.

Da feira ao fine dining: pluralidade vegana curitibana

Nas feiras orgânicas dos sábados de manhã, na Praça da Ucrânia ou no Passeio Público, a presença vegana é visível. Bolos sem ovos, leites vegetais artesanais, queijos de amêndoa — tudo exposto ao lado de hortaliças cultivadas com responsabilidade. Quem passa ali percebe: o público mudou, diversificou. Famílias com crianças, senhores com chapéu Panamá, mochileiros europeus, estudantes de filosofia — todos saboreando empanadas de palmito e kombucha artesanal.

E não para por aí. A gastronomia vegana curitibana subiu de patamar. O que antes era “comida alternativa” agora recebe prêmios. O restaurante Botânica, 100% vegano, foi indicado em 2023 como um dos 10 melhores da cidade segundo a revista Bom Gourmet.

Sim, há espaços caros. Sim, há locais acessíveis. Mas o ponto central está na pluralidade. Do PF vegano no restaurante da esquina ao brunch gourmet com panquecas de banana e pasta de amendoim defumada no café da moda, há opções para todos os bolsos.

Foto: Divulgação

Crítica, adaptação e resistência

Nada cresce sem resistência. O boom vegano em Curitiba também gerou críticas. Produtores de carne locais acusam a tendência de “elitista”. Alguns setores do agronegócio regional veem o crescimento das feiras orgânicas como ameaça.

No entanto, os defensores da alimentação vegana se apoiam em dados: a ONU já afirmou que dietas baseadas em vegetais são mais sustentáveis. E, em uma cidade que se orgulha de suas áreas verdes, esse argumento pesa.

Além disso, não há mais como dizer que o veganismo é uma bolha. Supermercados como Festval e Angeloni ampliaram suas opções veganas em 2024 em mais de 60%. Até redes de fast food tradicionais adaptaram seus cardápios na capital. Hamburguerias, pizzarias, lanchonetes escolares. A substituição de ingredientes virou prática comum.

O futuro no prato

Curitiba, com sua arquitetura fria e seu calor humano discreto, tornou-se um dos centros mais promissores da gastronomia vegana no Brasil. Não é exagero. Não é palpite. É observação.

Nos próximos anos, estima-se que o número de estabelecimentos com opções veganas dobraram, segundo o Instituto Paraná Sustentável. O número pode ser conservador. Afinal, já se nota um movimento além da alimentação: cosméticos veganos, roupas sem couro, produtos de limpeza com selo cruelty-free. O veganismo está deixando de ser “sobre comida”. Está virando cultura.

E nessa transição, Curitiba não está só seguindo a onda. Está liderando. Com criatividade. Com respeito às raízes. Com inovação.

A pergunta que resta não é mais “será que vai pegar?”. A pergunta agora é: o que vem depois do escondidinho de jaca?