A Advocacia-Geral da UniĂ£o (AGU) realiza nesta quarta-feira, 22, uma audiĂªncia pĂºblica para debater a nova polĂtica de moderaĂ§Ă£o de conteĂºdo da Meta (que controla o Instagram, o WhatsApp e o Facebook). Convidadas para participar, as big techs preferiram nĂ£o comparecer. O resultado da audiĂªncia serĂ¡ transformado em documento para ser enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A AGU participa como amicus curiae, parte interessada no processo que discute o artigo 19 do Marco Civil da Internet, sobre a responsabilizaĂ§Ă£o das plataformas por conteĂºdos ilĂcitos publicados pelos usuĂ¡rios.
Foram convidadas para participar da audiĂªncia pĂºblica representantes da Google e Youtube, Discord, Kwai, LinkedIn, Meta, TikTok e X (antigo Twitter).
“NĂ£o existe, por parte do governo federal, prejulgamento de nenhuma rede, de nenhuma aĂ§Ă£o realizada por qualquer plataforma. Temos interesse de dialogar com todas as plataformas”, disse Messias no inĂcio da audiĂªncia. O ministro confirmou que as big techs nĂ£o aceitaram participar a rodada de discussões na AGU. “É uma opĂ§Ă£o, nĂ³s respeitamos, isso nĂ£o interdita o debate. O diĂ¡logo que estĂ¡ sempre aberto”, afirmou o ministro.
De acordo com Messias, a preocupaĂ§Ă£o do governo Ă© em proteger “crianças e adolescentes, milhões de empresĂ¡rios que utilizam as redes sociais para a realizaĂ§Ă£o de seus negĂ³cios, e os consumidores”.
No dia 7 de janeiro, a Meta anunciou mudanças que acabam com o programa de checagem de fatos nos EUA. Entre as alterações, estĂ£o a revisĂ£o das regras de discurso de Ă³dio e a retomada de algoritmos que recomendam publicações polĂticas. ApĂ³s anĂºncio feito por Mark Zuckerberg, o governo Lula reagiu, cobrando explicações.
Em uma sinalizaĂ§Ă£o a Donald Trump, o dono da Meta publicou um vĂdeo para falar das mudanças no sistema de moderaĂ§Ă£o nos Estados Unidos. O executivo afirmou que a decisĂ£o foi tomada para acabar com uma suposta censura na plataforma e afirmou que a AmĂ©rica Latina tem “tribunais secretos de censura”.
Em reaĂ§Ă£o, o governo traçou vĂ¡rias frentes de atuaĂ§Ă£o contra a Meta. Uma envolvendo julgamento da aĂ§Ă£o no STF, outra no Legislativo com envio de dois novos textos para abordar tanto a taxaĂ§Ă£o das big techs quanto a regulaĂ§Ă£o concorrencial do setor.