NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Após um domingo de guerra entre traficantes, a Polícia Militar realiza nesta segunda-feira (18) uma operação na favela da Rocinha, zona sul do Rio. O objetivo é identificar e prender os criminosos envolvidos na disputa pelo comando do tráfico de drogas no local.
Até a tarde desta segunda (18), a polícia havia confirmado duas prisões e quatro pessoas feridas uma delas morreu antes de chegar ao hospital.
No domingo (17), confronto entre traficantes da mesma facção deixaram ao menos um morto e três feridos, além de levar pânico à população.
A operação desta segunda começou às 4h30 com a ocupação da comunidade por homens do Comando de Operações Especiais da PM. Policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha e do 23º Batalhão da PM fazem o cerco à comunidade.
“Após a entrada da Polícia Militar e estabilização do terreno, agentes da Polícia Civil irão cumprir mandados de prisão na Rocinha”, disse a PM, em nota.
Devido à operação aulas foram canceladas e o atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da região.
No fim da manhã, cerca de 400 homens participavam da operação. A polícia enviou efetivo também para o morro do Vidigal.
No domingo (17), às trocas de tiros começaram no início da manhã. A polícia confirmou apenas um morto, embora moradores relatem em redes sociais que há outros corpos na comunidade. Um vídeo mostra um corpo supostamente de um traficante carbonizado em meio a uma pilha de lixo em chamas.
A PM chegou a pedir à população para evitar passar pela região, que fica no trajeto entre a zona sul e a Barra da Tijuca, onde está sendo realizado o Rock in Rio.
A Rocinha é controlada por traficantes da facção ADA (Amigos dos Amigos), que estariam brigando entre si pelo comando da venda de drogas.
O confronto é uma retaliação do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem, a Rogerio 157, que assumiu o comando do morro após sua prisão, em 2011. Nem, que está preso no Mato Grosso do Sul, estaria insatisfeito com a atuação de Rogerio e vinha retirá-lo do comando.
Em entrevista na manhã desta segunda, o porta voz da Polícia Militar, major Rogerio Blaz, confirmou que a polícia já tinha informações sobre uma possível invasão desde o início do ano. Mas disse que a polícia não tinha informações de que o confronto ocorreria neste fim de semana.
“A gente lida diariamente com possibilidade de invasão em 1.200 comunidades carentes na região metropolitana. Isso torna tudo muito difícil”, afirmou.
No fim de agosto, o governo do Rio decidiu reduzir em 30% o efetivo das UPPs, movimento que foi considerado como um recuo no programa implantado em 2008 para tentar retomar áreas dominadas pelo tráfico de drogas.
Na última sexta (15), uma outra guerra de facções deixou pelo menos cinco mortos no morro do Juramento, na zona norte. Um dos mortos foi Bruno Alberto Botleho Jaccoud, 30, conhecido como Palmito, que era apontado como chefe do tráfico na comunidade.
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