A Polícia Civil investiga se a advogada criminalista Adriana Souza dos Reis, de 33 anos, foi morta por um de seus clientes. Ela foi atraída ontem à noite (05) para uma emboscada na Estrada do Rosário, que liga as cidades de Mairiporã e Franco da Rocha, na Região Metropolitana de São Paulo, e baleada três vezes. O namorado de Adriana, um vendedor de 40 anos que dirigia o carro da advogada, um Hyundai i30, também levou um tiro, que atravessou seu tórax de um ombro a outro, segundo a polícia. Ele continua internado. Ninguém foi preso.
Adriana era separada, tinha uma filha de 12 anos e morava em Sorocaba, no interior, onde foi enterrada nesta sexta-feira (06) O delegado José Antônio Pereira, da Delegacia de Mairiporã, trata o caso como execução e pretende identificar as pessoas que a advogada atendia.
A advogada trabalhava com o criminalista Ademar Gomes, conhecido no meio criminal por participar de uma série de casos de repercussão nacional. Ela era conselheira da Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo (Acrimesp), entidade presidida por Gomes.
Na última quarta-feira à noite, a advogada e o namorado estavam em um shopping da zona oeste da capital quando ela recebeu o telefonema de um suposto cliente. Segundo Gomes, o homem na linha teria dito que um colega havia sido preso em Franco da Rocha. O casal seguiu para a cidade, mas não achou o cliente. No caminho, o homem teria ligado novamente e marcou encontro na Estrada do Rosário.
“Eles se encontraram com três homens que estavam em um Fiat Siena e iriam para Mairiporã. Um deles quis ir no carro da advogada, mas ela não deixou. Então um carro seguiu o outro. O Siena entrou em uma viela, como se errasse o caminho, e na volta atirou”, diz o delegado.
Adriana se jogou no colo do namorado e os tiros a acertaram nas costas. O delegado diz que, inicialmente, não há indícios que apontem o caso como crime passional nem como tentativa de roubo ou sequestro. “Não tentaram assaltá-la em momento nenhum”, disse Um Siena foi encontrado queimado próximo ao local do crime. Segundo o delegado, a perícia não achou cápsulas de balas no local do tiroteio e não há outras testemunhas da ação.
O advogado Ademar Gomes diz que também suspeita de um cliente de Adriana, mas que não consegue apontar o eventual mandante do assassinato. Ele afirma que a advogada já havia se queixado de ameaças de clientes.