ARTUR RODRIGUES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), foi aprovado nesta terça-feira (13) na prova de reciclagem para poder dirigir novamente. No teste, o tucano errou 4 das 30 questões de múltipla escolha. Conforme o jornal “Folha de S.Paulo” revelou, Doria teve a carteira de habilitação suspensa após acumular mais de 20 pontos no intervalo de menos de um ano devido a uma série de infrações, a maioria delas por excesso de velocidade. O prefeito teve de fazer curso on-line, de tempo estimado de 30 horas-aula, antes de realizar a prova. A imprensa não pôde acompanhar a aula. Ao fim do teste, em unidade do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) no centro da cidade de São Paulo, Doria afirmou que a prova tem pegadinhas, mas considerou o resultado positivo. “Não foi uma prova fácil”, disse Doria. “Se não tiver atenção e principalmente se não tiver estudado, você pode ser penalizado. Se você errar 10 questões, é reprovado.” O prefeito disse não saber quais perguntas errou. “Eu só recebo o certificado. Eles indicam a pontuação de zero a 30, mas não indicam o que você acertou”, afirmou. O tucano teve a carteira de habilitação suspensa entre 12 de janeiro e 12 de março. À revista “Veja São Paulo”, Doria admitiu que era ele quem estava à frente da direção dos carros em parte das infrações que levaram à suspensão do direito de dirigir. No início da semana passada, questionado pela “Folha de S.Paulo” sobre as multas, o tucano divulgou nota na qual afirmava que não “costumava” dirigir seus próprios carros -serviço esse que seria feito por “motoristas profissionais”. ENTENDA O CASO O prefeito está sem carteira porque foi multado cinco vezes entre novembro de 2014 e junho de 2015, sendo três por transitar com velocidade acima da permitida (até 20%), uma por manobra irregular e a outra, a mais grave, por avançar o sinal vermelho. Durante a campanha eleitoral, no ano passado, Doria fez duras críticas ao que considerava uma indústria de multas de trânsito na gestão de Fernando Haddad (PT). O tucano também prometeu, e depois cumpriu, ampliar o limite máximo de velocidade das marginais Tietê e Pinheiros. O número de acidentes com vítimas tem aumentado desde a mudança, segundo registros da PM. Segundo os dados oficiais obtidos pela reportagem, não é possível dizer onde foram cometidas as infrações que levaram à suspensão da carteira do prefeito neste ano. É possível afirmar, porém, que dois veículos (um Porsche Cayenne e um Audi A8) usados pelo prefeito naquela época foram multados outras cinco vezes entre junho de 2016 a abril de 2017. Dessas irregularidades, de acordo com informações disponíveis no site da CET (companhia de trânsito ligada à prefeitura), três delas também foram por excesso de velocidade e cometidas nas marginais Tietê e Pinheiros. À época, o limite permitido para as vias era de 50 km/h, mas os veículos de Doria foram flagrados pelos radares da prefeitura com velocidades de 58 km/h a 65 km/h. Com mais de uma multa no prontuário, o prefeito faz parte de um grupo de infratores contumazes. Segundo balanço da prefeitura, 51% das infrações de trânsito de 2015 foram cometidas por 5% da frota, enquanto outros 71% não receberam nenhuma multa.
Após excesso de multas, Doria faz prova para recuperar habilitação
Folhapress
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