Um avião da companhia aérea Gol com 149 passageiros e 6 tripulantes a bordo desapareceu hoje na região da Serra do Cachimbo, Pará, depois de ter se chocado no ar com um jato Legacy, da Embraer, no que pode ter sido o pior acidente aéreo da aviação brasileira.


O Boeing 737-800 da Gol fazia o vôo 1907, de Manaus para o Rio, com escala em Brasília. De acordo com informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião saiu de Manaus às 14h30 e deveria ter pousado na capital federal às 18h12. Às 16h48, o Boeing sumiu dos radares do controle de tráfego aéreo, a 207 quilômetros da localidade paraense de Cachimbo – a cidade de porte mais próxima é São Félix do Araguaia (MT).


A Aeronáutica informou que o Legacy pousou na Base Aérea da Serra do Cachimbo (Brigadeiro Veloso). Apesar das avarias na asa seus tripulantes passam bem. Até as 23h30 não havia informações sobre o avião da Gol. A Força Aérea Brasileira (FAB) enviou cinco aviões e helicópteros para as buscas.


A lista oficial dos passageiros do vôo da Gol não foi divulgada. A Infraero confirmou que estavam presentes três funcionários da própria estatal, entre eles Juvêncio Gomes da Silva e Esdras Loureiro Lucas. A reportagem confirmou que o antropólogo alemão Andreas Kovalski, que mora em Brasília e estava na Amazônia fazendo pesquisa de campo, estava no vôo.


O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, classificou como “inexplicável” o choque. “Os dois aviões são moderníssimos e têm sistema anticolisão, que faz soar um alarme para alertar o piloto diante de qualquer obstáculo”, disse. Um dos aviões, segundo ele, voava a 36 mil pés e o outro a 37 mil pés, o que é absolutamente normal no caso de aparelhos que percorrem a mesma rota, disse o brigadeiro. O nível regular de separação é de 300 metros. O brigadeiro disse ainda que não é possível dizer o que ocasionou a colisão. Além do mais, a área é coberta por radares.


O coronel Ramón Bueno, chefe do Serviço Regional de Proteção ao Vôo (SRPV) de São Paulo, disse, às 22 horas, que ainda não era possível falar sobre o motivo do acidente. “Por algum erro grave não se sabe técnico ou operacional, houve a colisão. Esse é, talvez, o maior acidente aeronáutico brasileiro”, afirmou. Se o número de vítimas for confirmado, o acidente de hoje superou em gravidade o ocorrido em 1982, quando um Boeing 747 da Vasp bateu contra uma colina pouco antes da aterrissagem em Fortaleza. Na ocasião, morreram 137 pessoas.