RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um brasileiro em Miami (EUA) é um dos suspeitos de ter enviado 60 fuzis ao Rio. As armas foram apreendidas nesta quinta-feira (1º) no aeroporto do Galeão, na maior apreensão do armamento no Estado em dez anos. Segundo a polícia civil, o suspeito é Frederik Barbieri, dono de uma empresa de fachada nos EUA, de exportação e importação. A polícia americana foi avisada e está tentando achá-lo. Transportada dentro de contêineres com oito aquecedores de piscina, a carga estava no Terminal de Carga do Galeão há cinco dias. Ela não passou pelo raio-x do aeroporto internacional e entraria na cidade, não fosse a investigação policial. “Nós não sabíamos que essa carga ia chegar. Temos a investigação e parceiros no aeroporto, que nos chamaram para averiguar”, afirmou o delegado Tiago Darigo, da delegacia de roubos de cargas. Quatro suspeitos foram presos no Rio, mas ainda não tiveram a identificação divulgada pela polícia. Dois receberiam a carga, um iria transportá-la e outro é um despachante aduaneiro credenciado, que iria cuidar dos trâmites legais do conteúdo. Eles tiveram prisão preventiva decretada pela Vara Criminal de São Gonçalo, segundo Darigo. Conforme a polícia, os fuzis iriam para a Baixada Fluminense. “Ainda não checamos os papéis, para quem iria, nomes de empresas. Foi rápido, fomos avisados hoje de manhã”, disse o delegado. As delegacias de Roubos e Furtos de Cargas e a Especializada em Armas, Munições e Explosivos devem pedir na Justiça que o armamento fique com a Polícia Civil. Os fuzis “”45 AK-47, 14 AR-10 e um G3″” são novos e valem cerca de R$ 4,8 milhões. As investigações começaram há dois anos, com a morte de um policial militar em São Gonçalo, região metropolitana. “Ele morreu com um tiro de pistola, mesma arma usada em um roubo de cargas. Começamos a investigar até chegar a conclusão que eram especializados em importação de armas”, explicou Darigo. ‘ENXUGANDO GELO’ O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, ressaltou o trabalho de inteligência da polícia e lembrou que os fuzis são as armas mais usadas por traficantes. “No Rio, traficante só tira onda de machão por causa de fuzil. Antes, apreendíamos um fuzil por dia, e agora em 2017, já são mais de um por dia”, afirmou o secretário. Em tom de desabafo, Sá reclamou do fato de o tráfico de armas não ser crime hediondo. “A pena é de quatro a oito anos de prisão. Me sinto enxugando gelo”, disse. A apreensão dos 60 fuzis representa 43% de todos os fuzis apreendidos em 2017. Entre janeiro e abril, dado mais recente do ISP (Instituto de Segurança Pública), foram apreendidas 139 armas desse tipo no Estado. Em todo 2016, foram 371. Em dez anos, o Rio teve 2.545 fuzis apreendidos. No dia 2 maio, um confronto entre traficantes na zona norte do Rio, desencadeou uma série de ataques a ônibus na avenida Brasil, uma das principais vias da capital, e na rodovia Washington Luís. Na ocasião, a PM prendeu mais de 40 suspeitos, além de ter apreendido 32 fuzis, quatro pistolas e onze granadas.
Brasileiro em Miami é suspeito de enviar total de 60 fuzis ao RJ
Folhapress
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